O Positivismo de Augusto Comte defende que a ordem e o progresso são duas características que são interdependentes, uma é pré-condição para o estabelecimento da outra, em uma dualidade entre estática e dinâmica.
Entretanto, em uma visão que provavelmente esteve além daquela de Comte quanto ao desenvolvimento da humanidade, a do estado socioeconômico globalizado atual, vê-se que sua teoria não se mostra equivalente a realidade. De fato, como o pensador constata, aqueles que detêm o conhecimento são também aqueles que dirigem a sociedade. Contudo, a parcela da sociedade que tais dirigem encontra-se sob a sombra daqueles que controlam o resto dela, cujo poder advém do acúmulo de capital, e não do conhecimento em si.
Ademais, as diversas sociedades ao redor do globo não progridem de maneira homogênea, e nem em uma mesma sociedade, como a brasileira, esse fenômeno é observado, trazendo consequências negativas para o coletivo humano, visto que aqueles que já detém o controle não querem deste se desfazer. Para tanto utilizam de diversas estratégias para manter tal ordem, inclusive atrasar ou impedir o progresso de grande parte da sociedade para que esta não tome consciência das diferentes - e melhores - possibilidades de vida para todos, e mantenha-se cumprindo seu papel na engrenagem social, mesmo que seja uma engrenagem enferrujada e quase imóvel. O progresso então acaba vindo apenas para determinados setores da sociedade - para aqueles que manter-se-ão em seus lugares e defenderão a ordem já estabelecida.
Laís Machado Ribeiro. Direito Diurno
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