Augusto Comte foi um pensador francês que viveu no século
XIX, e que propôs o conceito de Positivismo, o estágio final da evolução das
sociedades humanas, sendo baseado apenas em dados concretos e cientificamente palpáveis.
De acordo com Comte, anteriores ao Positivismo, existem os estados teológicos e
metafísicos, que são absolutamente sujeitos à subjetividade de aspectos
sobrenaturais, abstratos. No estado positivo a observação dos fenômenos se
sobrepõe à imaginação do homem.
O estado positivo da sociedade é um estado social em que
preza-se a ordem de maneira estratificada. Comte defende que existem os
cidadãos têm papeis sociais designados e que assim deve ser. Não deve haver
mudança da ordem, e para que isso aconteça, o cidadão deve aceitar sua condição
como engrenagem vital para o sistema, ainda que sua posição não seja das mais
nobres.
Inúmeras políticas positivistas foram implementadas ao redor
do mundo, inclusive no Brasil durante a ditadura de Vargas, como forma manter a
ordem e evitar conflitos sociais oriundos de insatisfações por parte das
classes menos favorecidas. O livro Admirável Mundo Novo, do americano Aldous
Huxley, foi escrito na primeira metade do século XX, quando essas políticas
eram mais utilizadas, e conta a história de uma distopia absolutamente
positivista, retratando uma sociedade em que a ordem atingiu níveis
inimagináveis para a sociedade atual, mas em que as pessoas perderam toda e
qualquer humanidade. As castas mais baixas, por exemplo, não são apenas
contidas em sua condição, mas absolutamente felizes por desempenharem seu papel
e não almejam outras funções. A crítica que o livro apresenta é a que se vale a
pena sacrificar aspectos humanos da sociedade em prol de um mecânico e vazio
bem estar social geral.
Atualmente, políticas de aspecto positivista são menos comuns,
mas ainda presentes. Por outro lado, a herança positivista no caráter da
sociedade são mais visíveis, como por exemplo a aversão da população
estadunidense ao plano de saúde pública implementado por Barack Obama ou a
rejeição da nossa própria sociedade às ações afirmativas.
Lucas Omer Severen Surjus, 1º Ano de Direito Diurno.
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