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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Soberania racional

A filosofia positiva deveria, como idealizava Comte, ser aplicada em todos os âmbitos do conhecimento. De forma definitiva, ela substituiria os modos teológico e metafísico de se pensar, apesar de eles terem sido fundamentais sob um prisma histórico. Assim, seria possível tirar melhor proveito da capacidade racional do homem.
Para Comte, era mister que a ciência fosse reorganizada a fim de passar a produzir um conhecimento realmente útil e concreto. Dessa forma, as áreas de estudo deveriam ser divididas de acorodo com suas particularidades e subdivididas obedecendo seu grau de abstração, em oposição ao método de estudo global, utilizado pelos teológicos e metafísicos. A fim de resolver a questão da multidisciplinaridade de alguns assuntos, seria necessária a criação de um campo de pesquisa unicamente destinado ao correlacionamento do saber adquirido nas demais áreas de estudo.
Outrossim, sem deixar de reconhecer a importância da teologia e da metafísica no que se relaciona respectivamente à conquista de conhecimentos primordiais e à função de transição, Comte declara que, para o progresso real da humanidade, a razão deveria ser aplicada de maneira positiva. Isso, porque se deve entender que, diferentemente de como preconizavam os modos de pensar citados, as leis dos fenômenos são deveras mais relevantes do que suas causas mais íntímas.
O pleno progresso, proveniente da utilização da filosofia positiva, não pode existir juntamente com a teologia ou a metafísica. Segundo Comte, com exceção das ciências sociais, as demais já haviam, naturalmente, experimentado os princípios do positivismo depois de Descartes e de Bacon. Apesar disso, elas ainda apresentavam resquícios das duas maneiras anteriores pelas quais se chegava ao conhecimento, o que as impedia de alcançar o sucesso completo. Uma limpeza, nesse sentido, dos antigos valores seria fundamental para a efetivação da soberania racional humana.

Pedro Caíque L. do Nascimento - Direito diurno

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