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segunda-feira, 8 de abril de 2013


                          Mantendo a ordem das coisas


   A sociedade segue dinâmica.Pressionado pelos grupos sociais organizados ,o Governo brasileiro tenta atenuar os efeitos históricos  de  descaso social e de privilegio à uma elite branca detentora do acesso ao ensino superior.Porem a  solução dada pelo governo do estado de São Paulo é mais uma forma de manter a “ordem” das coisas, ou seja, mantendo o acesso ao ensino superior publico,cada vez mais difícil às minorias.

   A política de cotas oferecida (imposta),pelo governo do estado  Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Publico Paulista, PIMESP, guarda em seu conteúdo contradições institucionais.

   O programa faz com que  o aluno que opte por cotas curse dois anos numa espécie de cursinho preparatório- o que mais parece uma extensão do ensino médio- para depois , de acordo com o desempenho, possa entrar na universidade estadual publica. Tal política ao tentar discriminar positivamente os indivíduos, ou seja, dando o acesso, discrimina negativamente, uma vez que aumenta a espera do aluno. O argumento dado pelo governo é que a defasagem – defasagem essa provocada pela política desatenciosa à educação nos níveis fundamental e médio- do aluno de escola publica o impede de dar prosseguimento ao curso superior. Porem essa decisão foi tomada sem levar em consideração pesquisas que demonstram o desempenho dos cotistas, que são igual ou superiores aos demais alunos,também não se levou em conta a opinião dos movimentos  sociais nem dos reitores , foi uma imposição!

   A saída do governo do estado para atenuar o ímpeto dos movimentos sociais foi apresentar um projeto que mascara a manutenção da estática social, que prega a impossibilidade aos jovens pobres e negros de estudarem numa universidade estadual  publica.

   As lutas dos movimentos sociais para que a política de  cotas fosse implementada vê-se agora deturpada pelo governo , que com ares de “benfeitor” tenta positivar o “status quo” de diferentes formas.

   O assunto guarda muito mais do que o exposto, mas o exposto deixa claro a forma comtiana de como o governo vê a sociedade, mantendo-se o domínio sobre quem terá acesso aos cursos de elite nas melhores universidades, e quem exercerá os cargos menos remunerados, quem será tratado como cidadão numa blits policial, e quem será taxado como marginal.
   Impor um programa que prima pelo mérito numa sociedade em que a educação de qualidade não é distribuída igualmente é uma das hipocrisias evidentes , e  ao invés de se repensar a formação básica, dá-se uma alternativa  hipócrita que pretende formar técnicos  e diminuir o ímpeto do aluno de cursar o ensino superior publico, o que seria justo, visto que o cursou desde a infância.

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