Mantendo a ordem das coisas
A sociedade segue dinâmica.Pressionado
pelos grupos sociais organizados ,o Governo brasileiro tenta atenuar os efeitos
históricos de descaso social e de privilegio à uma elite
branca detentora do acesso ao ensino superior.Porem a solução dada pelo governo do estado de São Paulo
é mais uma forma de manter a “ordem” das coisas, ou seja, mantendo o acesso ao
ensino superior publico,cada vez mais difícil às minorias.
A política de cotas
oferecida (imposta),pelo governo do estado Programa de Inclusão com Mérito no Ensino
Superior Publico Paulista, PIMESP, guarda em seu conteúdo contradições institucionais.
O programa faz com
que o aluno que opte por cotas curse
dois anos numa espécie de cursinho preparatório- o que mais parece uma extensão
do ensino médio- para depois , de acordo com o desempenho, possa entrar na
universidade estadual publica. Tal política ao tentar discriminar positivamente
os indivíduos, ou seja, dando o acesso, discrimina negativamente, uma vez que
aumenta a espera do aluno. O argumento dado pelo governo é que a defasagem –
defasagem essa provocada pela política desatenciosa à educação nos níveis fundamental
e médio- do aluno de escola publica o impede de dar prosseguimento ao curso
superior. Porem essa decisão foi tomada sem levar em consideração pesquisas que
demonstram o desempenho dos cotistas, que são igual ou superiores aos demais
alunos,também não se levou em conta a opinião dos movimentos sociais nem dos reitores , foi uma imposição!
A saída do governo
do estado para atenuar o ímpeto dos movimentos sociais foi apresentar um
projeto que mascara a manutenção da estática social, que prega a impossibilidade
aos jovens pobres e negros de estudarem numa universidade estadual publica.
As lutas dos
movimentos sociais para que a política de
cotas fosse implementada vê-se agora deturpada pelo governo , que com
ares de “benfeitor” tenta positivar o “status quo” de diferentes formas.
O assunto guarda
muito mais do que o exposto, mas o exposto deixa claro a forma comtiana de como
o governo vê a sociedade, mantendo-se o domínio sobre quem terá acesso aos
cursos de elite nas melhores universidades, e quem exercerá os cargos menos
remunerados, quem será tratado como cidadão numa blits policial, e quem será taxado
como marginal.
Impor um
programa que prima pelo mérito numa sociedade em que a educação de qualidade não
é distribuída igualmente é uma das hipocrisias evidentes , e ao invés de se repensar a formação básica, dá-se
uma alternativa hipócrita que pretende
formar técnicos e diminuir o ímpeto do
aluno de cursar o ensino superior publico, o que seria justo, visto que o
cursou desde a infância.
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