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domingo, 17 de março de 2024

A ausência de mudança pessoal e o racismo

                        A evolução sempre foi um fator existente no mundo e muito influente nas mudanças que acontecem em meio a uma sociedade, as quais são fundamentais para o estabelecimento de segurança e harmonia em uma civilização, uma vez que ela ainda é, apesar de muito ter mudado, constituída de desigualdade e injustiça. Porém, nem todos acompanham tais mudanças e escolhem não se adequar a outra realidade.  

  Visto isso, é possível relacionar essa falta de acompanhamento com o fato, afirmado por Wright Mills em “A imaginação sociológica”, de que questões pessoais influenciam nas questões públicas de uma sociedade. Isso, porque pessoas que não se adequam a uma nova realidade não respeitam as novas formas de vivência em comunidade e, por isso, interferem na vida de muitos, o que cria problemas públicos. O racismo, ainda forte na sociedade, evidencia isso, uma vez que tal fator gera desigualdade e injustiças para milhões de pessoas negras e, assim, acarreta um problema social grave. 

Ademais, os opressores se sentem superiores em relação as vítimas de racismo e as silenciam quanto aos seus direitos de viver normalmente em uma sociedade. No livro “Memórias de plantação: episódios de racismo cotidiano”, escrito pela autora Grada Kilomba, é discutido justamente sobre o tratamento de pessoas negras como subalternas e o silenciamento delas, de diversas formas, no cotidiano e sobre como isso reflete na carreira e vida que elas querem seguir.

Portanto, as perturbações pessoais conseguem se tornar questões públicas, o que cria problemas sociais, como o racismo, que permanece na sociedade por conta do preconceito de pessoas brancas que se recusam a mudar conforme a sociedade evoluí. 


Henrique Ventura Romano - Direito noturno

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