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domingo, 17 de março de 2024

A lógica positivista na educação infantil

    Quanto se fala em educação infantil é importante entender que as crianças são um grupo que tem seus direitos diariamente negados como também são alvo de violência constante. Há poucos dias o Marco Legal da Primeira Infância completou 8 anos o que significa que a proteção dos direitos das crianças é algo recentemente buscado e lentamente aderido. Dito isso, gostaria de destacar alguns pensamentos e comportamento que, passados de geração em geração, seguem a lógica positivista. 

    Ultimamente tem sido levantada o debate sobre parentalidade, de modo que a chamada educação positiva, termo criado em 1980 para se referir a uma abordagem gentil e com foco na autonomia do indivíduo, se tornou popular nas redes sociais por conta de pais e educadores que se dispunham a ensinar mais sobre isso, porém recebeu críticas fortes de alguns internautas que insistem em reproduzir certos comportamentos violentos que podemos ver no dia a dia contra as crianças.

    Seguindo a lógica positivista na questão da física social podemos dizer que o medo é um instrumento funcional de ensino e construção de comportamento, pois ao se utilizar agressão "necessária" contra uma criança para reprimir um mau comportamento o medo de sofrer novamente a agressão fará com que a ela não o repita, porém dispensa-se a indagação do que acontece depois disso (depois de sofrer a violência constantemente como fica uma pessoa?). A famosa frase dita por muitos pais que defendem a agressão física e verbal contra crianças e adolescentes "apanhei e sobrevivi" (fica o questionamento: o intuito era matar?) se repete muito nas conversas cotidianas e nos comentários virtuais. Nota-se a reprodução de comportamentos violentos sendo parabenizados também, pois isso é o que foi ensinado para a sociedade.

   Segundo Wright Mills: (...) tudo aquilo de que os homens comuns têm consciência direta e tudo o que tentam fazer está limitado pelas órbitas privadas em que vivem. Sua visão, sua capacidade, estão limitados pelo cenário próximo: o emprego, a família, os vizinhos,; entre outros ambientes movimentam-se como estranhos, e permanecem espectadores.

    As transformações sociais podem assustar e às vezes, como seres humanos, tendemos a nos isolar em nossas cabeças com nossos pré-conceitos, com aquilo que temos familiaridade. A resistência à mudança, à ciência e ao "eu estava errado" assombram a humanidade e nos fazem repetir padrões que, muitas vezes, nem queremos repetir.


Poliana Marinho dos Santos - Noturno - Ra: 211223344


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