A era atual
caracterizada pelas redes e a globalização, a velocidade com que as informações
são propagadas é praticamente imensurável, de modo que o mundo acompanha essa
lógica, a maneira que as transformações sociais passaram a refletir essa
velocidade. Nesse contexto, houve a ascensão de grupos reacionários, pautados
no conservadorismo, que são contrários a diversas mudanças sociais. Por meio de
bandeiras com cunho religioso e a favor da família e do “cidadão de bem” buscam
guiar a sociedade a retornar a um momento histórico de direitos restritos,
subordinação de grupos sociais e repressão.
Sob esse viés,
ao perceberem mudanças nos valores sociais e morais, o movimento conservador
busca revogá-los a fim de manter os padrões vigentes. Nesse contexto,
relaciona-se com a tese de Wright Mills: “Quando as pessoas estimam certos
valores e não sentem que sobre eles pesa qualquer ameaça, experimentam o
bem-estar. Quando os estimam, mas sentem que estão ameaçados, experimentam uma
crise – seja como problema pessoal ou como questão pública. E se todos os seus
valores estiverem em jogo, sentem a ameaça total do pânico”. Dessa forma, ao
interagir com uma sociedade a qual há constantes mudanças, inclusive de
valores, a maneira a qual reagem é de pânico e crise, vistos diversas vezes ao
longo da História. É o caso da Marcha da Família com Deus pela Liberdade,
ocorrido em resposta a uma suposta ameaça comunista que resultou no Golpe de
64.
Porém, o
conservadorismo, ao utilizar-se de bandeiras religiosas e da moral cristã,
opõem-se ao debate científico que visa abandonar argumentos relacionados a fé e
utilizar fatos racionais. Assim defende René Descartes, ao dissertar que a
partir da razão, o método científico busca superar superstições e o senso comum.
Portanto, o movimento
conservador surge em resposta a mudanças sociais – cada vez mais frequentes- de
maneira que age baseado no moralismo, em contraposição a ciência que busca se
utilizar da razão, a fim de concretizar sua visão sobre a sociedade ao
perceberem ameaças aos seus valores, experimentando crises e até mesmo pânico. Essa
interação complexa entre mudança e conservadorismo urge uma relação mais
equilibrada entre tradição e progresso para uma sociedade mais harmoniosa.
Laura Prado de Souza - Direito matutino 1º ano - RA: 241223199
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