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domingo, 17 de março de 2024

Um por todos, todos por um.

           1698,1796,1969. O que essas datas têm em comum? Esses anos foram marcados por grandiosas descobertas científicas, sejam elas a criação da primeira máquina a vapor, da primeira vacina e da primeira viagem do homem à lua, respectivamente.

         Nesse sentido, a ciência moderna, responsável por inúmeras contribuições tecnológicas, foi discutida, primordialmente, pelos filósofos empíricos como René Descartes e Francis Bacon, os quais, futuramente, tornar-se-iam os grandes cientistas modernos. Logo, propondo um método científico baseado na razão empírica e, fundamentalmente, experimental e observatória, esses autores determinaram uma nova face da ciência. A ciência da razão.

         A partir desse cenário, a razão, como fundamento principal para o conhecimento, passou a ser cada vez mais valorizada pelas pessoas. No entanto, vale ressaltar que essa tão apreciada racionalidade se subdivide em duas: a razão pública e a razão privada. Com isso, tendo como base o pensamento de Charles W. Mills, no qual há a defesa da ideia de que o todo interfere o individual, é necessária a atenção no que tange à transição da razão privada para a pública e vice-versa.

        Nessa perspectiva, muitas vezes na história houve essa mudança, na qual um pensamento individual tornou-se público e coletivo. À guisa de exemplo, há os famosos regimes autoritários que vigoraram durante o século XX. Nesses governos, a razão privada de um indivíduo, ressignificou-se para a razão pública, ganhando milhões de adeptos a determinada ideologia. Dessa forma, nota-se a linha tênue entre essa transição, a qual pode acarretar a danos seríssimos à sociedade, principalmente quando essa razão traz consigo o ódio e o repúdio às minorias sociais.

         Nesse contexto, é cada vez mais comum situações e atos racistas, homofóbicos, machistas, aporofóbicos, antissemitas, entre outros, permeando a sociedade e sendo cada vez menos discutidos, reforçando, exponencialmente, um sistema de dominação e opressão. Com essa prática, o “um” passa a representar “todos” e “todos” passam a ser representados por “um”.

Maria Clara Cossentini Campos, 1º ano Direito, Noturno. RA: 241223377

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