Nunca se teve tantas
dúvidas como os dias de hoje. Há um relativismo geral (ou mesmo “absoluto”) em
que todo conhecimento se torna contestável, até mesmo a tão aclamada “verdade”,
se é que realmente existe a verdade absoluta. Nos tempos modernos, os quais
estamos presenciando o desenvolvimento de novos e diversos tipos de
conhecimento e nas mais variadas áreas, ainda é uma grande dúvida – há
verdadeiramente algum conhecimento infalível? – que permeia os campos da
metafísica, da ontologia, da lógica e até mesmo da teologia.
Em Novum Organum, Francis
Bacon, afirma que o verdadeiro conhecimento é aquele experimentado pelos
sentidos, ou seja, o conhecimento firmado no “mundo sensível” (uma referência
ao pensamento platônico). Mas até mesmo os sentidos podem falhar e
consequentemente o conhecimento adquirido por esse meio também se tornará
inválido/falível. Por exemplo, há um fenômeno físico (óptico) chamado “fata
morgana” em que é criada uma imagem que está aparentemente voando sobre a
superfície, porém é apenas um desvio dos raios de luz. Mas ao se deparar com
uma situação dessa todos questionariam se é verdade ou não, mesmo estando vendo
com os próprios olhos.
René Descartes possui sua
célebre máxima – “penso, logo existo” – que é um postulado, no sentido de que é
uma “certeza” que não carece de demonstração. Nos seus discursos, o filósofo
discorre que sua existência não é baseada apenas em seu pensamento, devido ao
fato que até mesmo os pensamentos são falíveis e uma verdade absoluta, que é a
razão da existência, deve ser infalível. Assim, Descartes buscou uma explicação
maior, algo/alguém que está a cima de toda imperfeição, denominado Deus.
Seria um julgamento parcial
afirmar que essa perfeição seria um Ser que pertence a determinada religião. A
ideia concebida do Ser infalível é pertinente e dá razão a toda existência,
seja no “mundo sensível ou inteligível, devido ao fato de que este está num
patamar incompreensível no nosso intelecto falível, justamente porque Ele é
infalível. O “Arquiteto do Universo”, assim por dizer, não pode ser explicado
por demonstrações, mas sim, sua existência é uma verdade absoluta. Ademais, o
universo possui leis – como da física, por exemplo – leis não são criadas a
partir do nada, elas precisam de um Criador/Legislador.
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