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domingo, 17 de março de 2024

O declínio moral: Uma Reflexão sobre os Valores Inegociáveis da Sociedade Brasileira.

      Na teia complexa da sociedade, existe um fenômeno insidioso que muitas vezes passa despercebido: a marginalização dos valores das minorias e a glorificação dos valores da elite. Enquanto alguns ideais são elevados aos píncaros da virtude, outros são relegados às sombras da desconsideração, criando assim um desequilíbrio perigoso que perpetua a desigualdade e a injustiça.

     Sob essa ótica, Writh Mills, influente sociólogo, já abordava tal comportamento em seu livro "A Imaginação Sociológica": “Quando as pessoas estimam certos valores e não sentem que sobre eles pesa qualquer ameaça, experimentam o bem-estar. Quando os estimam mas sentem que estão ameaçados, experimentam uma crise – seja como problema pessoal ou como questão pública. E se todos os seus valores estiverem em jogo, sentem a ameaça total do pânico”. Isso se relaciona com a problemática abordada anteriormente, pois, são os valores das minorias colocados constantemente como ameaça. Tal visão envolve questionar as estruturas de poder e exigir uma mudança de paradigma que coloque a igualdade, a solidariedade e a justiça no centro de nossas aspirações coletivas.

    É fundamental pôr à prova todos os mecanismos que favorecem o surgimento de bordões como: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Esse pensamento faz parte do discurso nacionalista que, muitas vezes, se baseia em ideais de exclusividade e homogeneidade cultural, rejeitando a diversidade étnica, racial, religiosa e de gênero. Isso se traduz em políticas discriminatórias e em uma retórica que perpetua estereótipos prejudiciais e promove a exclusão de grupos marginalizados.

      Além disso, a elite frequentemente monopoliza espaços de tomada de decisão, relegando as vozes das minorias a meros sussurros no coro do poder. Isso cria um ciclo vicioso de exclusão, onde as oportunidades são escassas e o acesso ao progresso é obstaculizado por barreiras invisíveis, mas profundamente arraigadas.

    Portanto, é nítido que por trás das fachadas reluzentes dos centros de poder, a elite se beneficia de sistemas econômicos e políticos que favorecem seus interesses, em detrimento das necessidades e aspirações das minorias. Políticas públicas são moldadas para proteger privilégios já estabelecidos, e isso afunda cada vez mais qualquer noção de progresso equitativo.

 

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