Na teia complexa da sociedade, existe um fenômeno insidioso que muitas vezes passa despercebido: a marginalização dos valores das minorias e a glorificação dos valores da elite. Enquanto alguns ideais são elevados aos píncaros da virtude, outros são relegados às sombras da desconsideração, criando assim um desequilíbrio perigoso que perpetua a desigualdade e a injustiça.
Sob essa ótica, Writh Mills, influente sociólogo, já abordava tal comportamento em seu
livro "A Imaginação Sociológica": “Quando as pessoas estimam certos valores e não sentem que
sobre eles pesa qualquer ameaça, experimentam o bem-estar. Quando os estimam
mas sentem que estão ameaçados, experimentam uma crise – seja como problema
pessoal ou como questão pública. E se todos os seus valores estiverem em jogo,
sentem a ameaça total do pânico”. Isso se relaciona com a problemática abordada
anteriormente, pois, são os valores das minorias colocados constantemente como
ameaça. Tal visão envolve
questionar as estruturas de poder e exigir uma mudança de paradigma que coloque
a igualdade, a solidariedade e a justiça no centro de nossas aspirações
coletivas.
É fundamental pôr à prova todos os mecanismos que favorecem o surgimento
de bordões como: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Esse pensamento
faz parte do discurso nacionalista que, muitas vezes, se baseia em ideais de
exclusividade e homogeneidade cultural, rejeitando a diversidade étnica,
racial, religiosa e de gênero. Isso se traduz em políticas discriminatórias e
em uma retórica que perpetua estereótipos prejudiciais e promove a exclusão de grupos
marginalizados.
Além disso, a elite frequentemente
monopoliza espaços de tomada de decisão, relegando as vozes das minorias a
meros sussurros no coro do poder. Isso cria um ciclo vicioso de exclusão, onde
as oportunidades são escassas e o acesso ao progresso é obstaculizado por
barreiras invisíveis, mas profundamente arraigadas.
Portanto, é nítido que por trás das fachadas
reluzentes dos centros de poder, a elite se beneficia de sistemas econômicos e
políticos que favorecem seus interesses, em detrimento das necessidades e
aspirações das minorias. Políticas públicas são moldadas para proteger
privilégios já estabelecidos, e isso afunda cada vez mais qualquer noção de
progresso equitativo.
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