O positivismo, corrente filosófica originada na França no início do século
XIX, derivada do iluminismo, baseia-se na ideia em que a verdade está no
conhecimento cientifico, tendo como seu principal objetivo o progresso social. Augusto Comte, pensador francês considerado o
pai dessa filosofia, afirmava que a ideia de felicidade está associada ao bem
público e que a humanidade está superior ao homem, sendo necessário priorizar o
total ao indivíduo. Em um primeiro momento, essa teoria foi altamente
prestigiada e nações ao redor do mundo ocidental. Porém, ao longo dos séculos
XIX e XX, o positivismo foi revelando-se problemático e tornou-se, em conjunto
com o darwinismo social, o centro de algumas das piores atrocidades realizadas
pela humanidade. Um exemplo dessa conjuntura é o Nazismo, movimento de extrema
direita alemão que, ao se esconder atrás do teor progressista do positivismo,
assassinou milhões de pessoas. Esse genocídio foi motivado pela ideia do
desenvolvimento da nação perfeita e do progresso da humanidade, o que exigiria
a extinção de qualquer pessoa não considerada da “raça ideal”. Nessa perspectiva, foram diversos os atos
desumanos que foram justificadas pelas morais positivistas como necessários
para o desenvolvimento da sociedade como um todo, ignorando os danos e crimes
realizados aos indivíduos.
No Brasil, o positivismo também foi altamente incorporado,
como pode-se observar no lema da bandeira brasileira “ordem e progresso” que
sintetiza os principais valores dessa corrente. Nos dias atuais, apesar de
assumir um formato ligeiramente diferente, o positivismo ainda está muito
presente na sociedade brasileira. Discursos como o da meritocracia, “bandido
bom é bandido morto” e “ Brasil acimas de todos e Deus acima de tudo” ecoam os
discursos usados no século passado para justificar ódio e racismo, ambos
profundamente estruturados.
Dessarte, é eminente atentar-se
aos perigos do Positivismo que apesar de ser embrulhado em uma pílula dourada
de crescimento social, tem o gosto amargo de opressão das minorias, dispersão
de preconceitos, e uma sociedade estamental.
Beatriz Innocentini Margiotti - direito diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário