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domingo, 17 de março de 2024

Positivismo ao longo dos séculos


O positivismo, corrente filosófica originada na França no início do século XIX, derivada do iluminismo, baseia-se na ideia em que a verdade está no conhecimento cientifico, tendo como seu principal objetivo o progresso social.  Augusto Comte, pensador francês considerado o pai dessa filosofia, afirmava que a ideia de felicidade está associada ao bem público e que a humanidade está superior ao homem, sendo necessário priorizar o total ao indivíduo. Em um primeiro momento, essa teoria foi altamente prestigiada e nações ao redor do mundo ocidental. Porém, ao longo dos séculos XIX e XX, o positivismo foi revelando-se problemático e tornou-se, em conjunto com o darwinismo social, o centro de algumas das piores atrocidades realizadas pela humanidade. Um exemplo dessa conjuntura é o Nazismo, movimento de extrema direita alemão que, ao se esconder atrás do teor progressista do positivismo, assassinou milhões de pessoas. Esse genocídio foi motivado pela ideia do desenvolvimento da nação perfeita e do progresso da humanidade, o que exigiria a extinção de qualquer pessoa não considerada da “raça ideal”.  Nessa perspectiva, foram diversos os atos desumanos que foram justificadas pelas morais positivistas como necessários para o desenvolvimento da sociedade como um todo, ignorando os danos e crimes realizados aos indivíduos.

No Brasil, o positivismo também foi altamente incorporado, como pode-se observar no lema da bandeira brasileira “ordem e progresso” que sintetiza os principais valores dessa corrente. Nos dias atuais, apesar de assumir um formato ligeiramente diferente, o positivismo ainda está muito presente na sociedade brasileira. Discursos como o da meritocracia, “bandido bom é bandido morto” e “ Brasil acimas de todos e Deus acima de tudo” ecoam os discursos usados no século passado para justificar ódio e racismo, ambos profundamente estruturados.

               Dessarte, é eminente atentar-se aos perigos do Positivismo que apesar de ser embrulhado em uma pílula dourada de crescimento social, tem o gosto amargo de opressão das minorias, dispersão de preconceitos, e uma sociedade estamental.


Beatriz Innocentini Margiotti - direito diurno

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