Comte: Do ideal ao real.

    O positivismo, formulado por Auguste Comte, segue presente em diversos lugares no cenário contemporâneo brasileiro, como na bandeira do país, onde está o lema “Ordem e Progresso”. Comte influenciou e segue influenciando diversos países com sua filosofia, chamada de “Positivismo”. Tal filosofia prega o constante avanço da humanidade baseado, sobre tudo, na ciência e no pragmatismo de ideias. O filosofo formula que as maneiras anteriores de ver o mundo (teologia e metafisica) eram falhas, pois não eram objetivas e nem conseguiam manter o controle efetivo e duradouro da moral humana. Para ele, a humanidade dentro de tais visões de mundo era egoísta e os humanos eram incapazes de visualizar algo além do “eu”; no entanto, eles não eram assim naturalmente, mas estavam condicionados a isso pelos ideais vigentes. À luz de tal visão, Auguste cria o espírito positivo que teria um caráter de união em detrimento do individualista. O espírito positivo consiste na ideia de abdicar do “eu” para pensar como “nós”; extinguir a individualidade pregada pelos regimes anteriores para se dedicar completamente a sociedade a fim do progresso humano.

    O ideal é lindo na teoria, porém impraticável. É impossível negar tudo o que faz o homem ser homem. Negar a si, seus desejos e sua essência é tão volátil e sobrenatural quanto os regimes criticados pelo autor. A ciência e o pragmatismo são essenciais para a humanidade, contudo é um grande erro ignorar todo o resto que é tão importante quanto os mesmos. Este mundo só tem o sentido que se dá a ele, logo não existem conhecimentos superiores ou inferiores; deste modo, Comte está reprimindo e restringindo (para criar uma utopia) a partir de suas próprias crenças, assim como os modelos anteriores que criticou. A moral humana nunca seria embasada e fixada perenemente pelo lema “ordem e progresso”, uma vez que a ordem é sempre modificada e o progresso é relativo a cada sociedade e a cada espectador que o avalia.  

Enzo Gonçalves Peres____ 1º semestre-matutino