A partir de Auguste Comte, a sociedade
da época como um todo estava experimentando o nascimento de uma visão
científica voltada para a ideia de progresso aliada ao pragmatismo humano. Foi inclusive
essa visão que acabou inspirando em muito a construção do ideal de ciência na
modernidade e posteriormente, na contemporaneidade.
É possível encontrar na porta do Templo
da Humanidade no Rio de Janeiro, fundada
no final do século XIX no Brasil como a “Igreja Positivista do Brasil”, a
célebre frase: “os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos”.
Além dessa, outras citações como “O amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso
por fim” demonstram exatamente como esse positivismo chegou a influenciar fisicamente
(na construção do templo) e principalmente na formação do pensamento social.
Em relação à frase da porta do
templo, em que é montada uma ideia de perseverança da ordem, é possível notar
como ela acaba se comprovando na atualidade: mesmo após a morte de Comte, anos
após o surgimento do positivismo, é possível identificar um fenômeno de
conservadorismo no mundo que ainda evidencia remanescentes do pensamento
positivista. O comprometimento com a manutenção dos ideários tradicionais e o
choque em relação às transformações que acontecem no mundo são alguns desses
remanescentes que podem ser citados.
Já a segunda frase, que inclusive
inspira o lema da bandeira do Estado Brasileiro, a palavra progresso é trazida
e relacionada diretamente com a ideia de ordem, no mesmo sentido de manutenção dos
valores já encrostados na sociedade.
No entanto, o pragmatismo e, na
atualidade, conservadorismo do pensamento contemporâneo influenciado pelo
positivismo entram em confronto com diversos trâmites que seguem para a melhora
de condições de parcelas marginalizadas no ambiente social, simplesmente por
não estarem de acordo com esses “valores” defendidos pelo conservadorismo. É aí
que a ordem passa a ser questionada se é ou não real sinônimo de progresso.
Pedro Henrique Falaguasta Nishimura - 1º Direito Matutino
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