Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 24 de abril de 2022

Positivismo, seu ônus e bônus

A corrente filosófica conhecida como positivismo fundada por Auguste Comte trouxe diversas inovações em sua época, ela quebrou com os paradigmas sociais ao romper com a ordem teológica e estabelecer o seu espírito positivo. Para Comte, ainda que a Igreja tivesse universalizado a moral, ela não se fazia correta pois aspirava algo sobrenatural, algo que vai contra o foco do pensador nas experiências terrenas baseadas na ciência. Baseado na vida em sociedade, Auguste acreditava que o progresso, ordem, o rigor e o empenho fossem essenciais para o avanço de uma organização social e assim, essa visão também passou a ser aplicada em assuntos das Ciências Sociais.

Essa visão de mundo se espalhou para todos os cantos do globo e certamente alterou a história da humanidade ao possibilitar um impulsionamento tremendo em tecnologia e industrialização. Porém, como tudo, o positivismo possui o seu ônus e seu bônus. Ao visualizar as relações humanas somente como fatos, números e aquilo que são no momento, sem pensar nas origens de certos comportamentos e situações, se descarta a tão essencial ponderação do por que e do como.

  Atualmente, o pensamento positivista ainda é bastante comum e, apesar de ser “bom” nas áreas tecnológicas, ele é nocivo na área social, visto que uma de suas características básicas é a ordem (palavra inclusive vista em nossa bandeira), algo que não raramente é quebrado em prol de mudanças importantes. O impedimento do chamado progressismo causado por esta visão pode ser visto, por exemplo, em casos que a fim de manter o que se considera ser a ordem, políticos e juízes se recusam a refletir e a auxiliar em causas significantes. Ainda mais claramente, pode-se citar o caso de juízes do estado de Pernambuco que se recusaram a participar de um curso antirracista.


João Pedro Menon
1º Direito Diurno

Nenhum comentário:

Postar um comentário