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domingo, 23 de agosto de 2020

Soneto: a partir do XVII

 És meu fiel amigo. O teu brilho

gera inveja, gera gozo, é dor.

Minha alma te caça, mágoa e puro ardor.

Aonde ires, é caminho para teu filho.


Em mim não dói, apertou o gatilho.

O sangue vaza: é teu tempo! Pudor

pulsa e esvai. Cobre, penso que és traidor,

dei-te o que pude e glória desvencilho.


Julguei-me rei, peão me lembrei, doo em vão.

Nada desfruto, é teu todo o luxo,

entrego a força, antes eu, um grão.


Cada segundo, novo meu repuxo,

teu capital maldito ergue a mão:

o qual tu matas, enche teu cartucho.


Marina Colafemea - 1° ano - Direito - Noturno


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