Pensei ser um ser exclusivo, autêntico
O qual nada me faria influenciar
Em uma observação despretensiosa
Me vi a contemplar um sabiá
Nasceu cantarolando, feliz no
laranjeiro
Entre voos e quedas, ficou ligeiro
Se fez alegre e tranquilo
Sem saber o que a vida iria lhe
reservar
Em um cenário de destruição, perdeu
seu ninho
A emersão das cidades lhe tornou
sozinho
Mas o mal oculto em meio ao novo
Jamais lhe impediu de cantar
À procura de um novo lar, se viu
perdido
Poucas árvores restaram, menos ainda
amigos
Sem lar e desprotegido
Já não sabia o que pensar
Buscando por alimentos, se viu
despreparado
Na cidade, todo pássaro era
especializado
Nada se conquistava de forma fácil
O jeito era trabalhar
Já sem saber o que fazer, arrumou um
emprego
Passava o dia distribuindo sementes
sem sossego
O salário era pouco e o trabalho
cansativo
Mas entre milhares iguais, não podia
reclamar
Não conseguiu uma árvore, mas um
arbusto lhe serviu
Já não cantava mais, o tempo lhe
sucumbiu
As poucas horas que à ele restavam
Reservava para descansar
Em um mundo onde se destaca o
diferencial
Todo o resto recebe o mesmo final
Ainda que ninguém perceba
São todos frutos de um mesmo pensar
E eu, que me pensava tão diferente
Entre idas e vindas me vi incoerente
E, perdido em meu voo
Me encontrei sabiá.
Aluno: Lucca Benedetti de Morais
RA: 201225158
Turma: Direito Noturno
Muito bom!
ResponderExcluirObrigado!!
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