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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A descaracterização do trabalhador.

As relações laborais no sistema capitalista foram estruturadas de uma forma em que o trabalhador não é se não o seu trabalho. A partir de uma lógica alienatória, a classe trabalhadora somente é percebida enquanto produz, de forma que as relações nos ambientes de trabalho é mecanizada e desumanizada, sendo marcada por uma total indiferença entre os colaboradores em uma empresa. Assim como apontou Chico Buarque em sua obra "Construção", onde é apresentada a rotina de um trabalhador e que em um certo dia morre, e a única preocupação após essa morte era seu corpo estar atrapalhando o trânsito, da mesma forma do recente ocorrido em um supermercado Carrefour, onde um trabalhador  faleceu enquanto trabalhava e a única atitude tomada pela empresa foi esconder seu corpo com guarda-chuvas para não incomodar os clientes e os outros funcionários. 
Na prática, esse processo de descaracterização do indivíduo a partir das relações laborais, se trata de uma construção histórica do capitalismo, pois ao ver como o homem como máquina, a partir dos olhar burguês, o qual se torna a perspectiva padrão da sociedade, torna se desnecessário a criação de leis e direitos para essa classe, deixando esse grupo a mercê da -cada vez mais livre- negociação entre os exploradores e os explorados.

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