O
mundo contemporâneo vive as consequências da globalização, do liberalismo e do
modelo capitalista de acumulação flexível. Desse modo, observa-se a desregulamentação
das condições e dos direitos trabalhistas e, do outro lado, a diminuição dos
riscos de queda de lucros e o aumento da concentração de renda.
Nesse
sentido, adentra a importância da luta de classes para resguardar a dignidade da
classe trabalhadora, pois sem a oposição organizada, sem a contestação das
minorias, a classe dominante irá impor, sem problemas, todos os seus
interesses. No entanto, o cenário atual mostra o quanto as massas estão
alienadas no momento em que apoiam o liberalismo que as explora e tira a sua
dignidade. Consequência de uma cultura ocidental capitalista imperialista
americana, injetada no Brasil, que cria uma ilusão de que este é o caminho para
a prosperidade econômica e social, mas, na realidade, guia os países
subdesenvolvidos para a exploração. Dessa maneira, a consciência de classe
quase foi extinta, os sindicatos que fortaleciam o proletariado desapareceram,
muitas vezes em função da corrupção que assola todos os setores, principalmente
no Brasil, e a luta do povo por direitos tornou-se taxada de “papo de comunista”,
inclusive pelas próprias massas exploradas.
Ademais,
Nicolau Maquiavel, em “O príncipe”, de 1532, explicita: “...não se pode
honestamente satisfazer os grandes sem prejuízo de outros, mas pode-se beneficiar
o povo, eis que o objetivo do povo é mais honesto que o dos grandes, porque
estes querem oprimir e aquele, não ser oprimido”. A partir deste princípio,
mostra-se a importância de um Estado preocupado com o bem-estar social das
minorias. Dessa maneira, é preciso abandonar a ideia de um estado “liberal” e
intervir no domínio econômico e social, tendendo a reduzir a autonomia
individual para favorecer uma minoria oprimida, seja por impostos às grandes
fortunas, seja pela criação de estatais para favorecer o mercado e a população
nacional.
Portanto,
há a necessidade de promover um movimento contrário a toda essa dominação política
e ideológica para mudar essas relações sociais atuais. Entretanto, a meu ver,
será necessário chegar a um ponto de extremo cerceamento da dignidade humana,
um cenário de crise, com o desemprego de grande parte da população e uma vida miserável, para que realmente se
faça uma revolução na forma de vida do mundo contemporâneo.
José Augusto Costa Starteri - 1º ano Direito noturno
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