As lutas sociais baseadas no movimento LGBT, começam a
ganhar reconhecimento na atualidade, visto que, em sua luta estão presentes
requisitos de direitos fundamentais a qualquer ser humano, baseado na dignidade
da pessoa humana. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 parte desse
princípio da busca por igualdade, através do reconhecimento jurídico da união
homoafetiva.
De acordo com o filósofo Axel Honneth, o reconhecimento
em uma luta social é a atitude consigo mesmo que permite uma auto realização,
que tem como ponto de partida os sentimentos morais de injustiça, ligada,
portanto, às experiências morais de desrespeito. Dessa forma, conclui que o
conhecimento científico não é o primordial para a participação de uma luta
social, mas sim a capacidade de se sentir lesionado por determinado fenômeno, a
capacidade de sentir a causa social que leva à luta. Tal reflexão que remete,
atualmente, a importância do apoio a esses movimentos sociais, questionando, portanto,
a exclusividade do lugar de fala.
Além disso, a luta por igualdade, principalmente, através
do aquisição do direito e reconhecimento jurídico da união homoafetiva é a
clara representação de um movimento por reconhecimento, descrito por Honneth.
Pois, esse parte de um conflito inscrito internamente, pela comunidade LGBT,
que, posteriormente, generaliza-se, justamente tal característica que faz com
que o mesmo seja classificado como ‘social’, posto que, seus objetivos se
deixam generalizar para além das intenções individuais.
Além disso, Honneth classifica os conflitos de reconhecimento
a partir de duas perspectivas, primeiro por Interesse, o qual analisa a concorrência
por bens escassos, tendo como exemplo a luta de classes. E o segundo por
Desrespeito, através da analise de uma luta por condições intersubjetivas da
integridade pessoal, da luta pelo reconhecimento social como pessoal, o qual
tem como grande representante a luta LGBT.
Isadora Mantovani Semedo- Direito Diurno TURMA XXXV
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