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terça-feira, 8 de abril de 2014

   Ponto de Mutação
  Esqueça o enredo, esqueça os atores, esqueça as atuações. Ponto de Mutação, filme do diretor Bernt Capra foi feito para apreciação de ideias contidas nas falas dos personagens, tal fato se justifica no título original da obra (Mindwalk – A film for passionate thinkers). Um filme atípico no qual três personagens, um poeta, uma física e um político se encontram em uma ilha turística e desenrolam discussões sobre filosofia, ciência, consciência ambiental, religião e visões variadas sobre o mundo.
  A física, que na maior parte do tempo está expondo suas ideias aos dois outros homens é uma crítica ferrenha de Descartes e seu método Cartesiano, como podemos perceber na cotação a seguir:
Jack:... mas, culpar tudo isso em um filósofo francês que morreu há 300 anos, não é um pouco fora de proporção? Talvez um pouco egocêntrico?
Sonia: Não. Não se eu estiver certa
  Todavia, a cientista propõe uma nova visão de mundo: uma visão que coloca todos os seres vivendo interdependentemente. Contudo, seu método também não é eficaz, uma vez que, os homens não se vêem como iguais e não preservam o suficiente para gerações futuras, são na maior parte das vezes egocêntricos e irresponsáveis.
  O filme nos induz a pensar que realmente temos uma visão deturpada do mundo ao nosso redor e certes vezes o melhor a se fazer é ir a uma ilha inóspita “assentar nossas ideias no lugar”.


Felipe Antonio Ferreira Domingues da Silva - Direito, Noturno

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