O filme "Ponto de
Mutação", baseado na obra de Fritjof Capra, traz uma
perspectiva totalmente diferente de como vemos o mundo e seus
problemas. Afinal, sendo o principal tema a própria perspectiva, o
autor discorre sobre a necessidade de mudança em uma sociedade
viciada no conceito cartesiano de análise.
Um dos métodos de
Descartes, que consista em dividir o conhecimento em frações,
estudando assim parte por parte para posteriormente entender o todo,
fora extremamente revolucionário em sua época. Seu conceito de
conhecimento ajudou a romper com a dogmática promovida pela Igreja
durante a Idade Média, dando curso ao estudo das ciências. No
entanto, ironicamente, seu próprio método se tornou um dogma. A
sociedade pós-moderna, cientificista, tomou o próprio método como
o um paradigma imutável, e o mesmo se alastrou por todas as áreas
do conhecimento e de ação humana.
Embora tenha de ser
reconhecida a importância de tal estudo, ele se torna seu próprio
algoz. Por analisarmos tudo separadamente, por fragmentos, perdemos a
capacidade de enxergar o todo, holisticamente, e de compreender como
as coisa funcionam interligadas. A obra traz que a sociedade atual
vive uma "crise de percepção", justamente por reconhecer
a incapacidade de se solucionar os problemas amplos através de
medidas pontuais.
Portanto, fica a ideia
principal de que não sejamos escravos de nosso próprio libertador,
que a visão "mecanicista" do mundo saiba ser usada com
parcimônia, afim de que o mundo não seja enxergado apenas como um
grande relógio, mas sim, como o grande e complexo sistema que é, em
que tudo está interligado.
Lucas Laprano – 1°
ano Direito Noturno – Turma XXXI
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