Francis Bacon é considerado o pai da ciência moderna. Segundo ele, o método científico deve ser sempre empírico, descartando-se todo tipo de teoria ou pensamento filosófico que não possam ser comprovados pela experiência. Ao defender suas ideias, Bacon não poupa críticas nem mesmo à filosofia clássica grega. Para o autor, o objetivo da ciência é o domínio da natureza para que o bem-estar do homem seja alcançado, sendo de sua autoria a célebre frase “saber é poder”. Essa máxima é realidade nos dias atuais, em que o conhecimento científico e tecnológico é instrumento de domínio das grandes potências globais. Entretanto, o método científico proposto por Bacon tem sido criticado atualmente devido a novos questionamentos de nosso século, dentre eles o da sustentabilidade. Consolida-se cada vez mais a ideia de que é necessário gerir os recursos naturais do planeta de maneira sustentável, e pela primeira vez na história consideram-se os efeitos que as ações atuais terão para as gerações futuras.
Por outro lado, o empirismo de Bacon ainda tem efeitos positivos em certos ramos da ciência, dentre eles o jurídico. É preciso pensar o direito como uma ciência social aplicada que não se limita apenas ao que dizem os códigos, mas que também produz efeitos práticos na vida das pessoas – e muitas vezes diversos do que preveem as leis. Dessa forma, o empirismo jurídico é uma maneira de apurar o que, de fato, se efetiva (ou não) do ordenamento jurídico.
Portanto, o pensamento baconiano, apesar de obsoleto em certos aspectos, é ainda válido em outros. Talvez o ideal seja adaptar o método científico utilizado para cada tipo de objeto de estudo e para cada situação específica e, se necessário, mesclar o que for considerado útil de dois ou mais métodos. O mundo é muito diverso, tratá-lo de maneira uniforme e acrítica pode ser um erro.
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