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domingo, 19 de agosto de 2012

Weber vai além.


                                                                        O nascimento do novo homem. Salvador Dalí.



   Não mais basta caracterizar o sistema capitalista, para que possamos realmente conhecê-lo é preciso penetrar suas entranhas e seus sustentáculos, desde a fundação ideológica até os processos legalista que mantêm seu império soberano. Weber o fez.
  

   Mergulhamos, ao degustar Die Protestantische Ethik Und Der Geits des. Kapitalismus, em um digressivo jogo de argumentos enxutos e claros que objetivam compreender a singularidade do ocidente, na qual o autor não só acredita, como sustenta que a origem do capitalismo advém de uma vertente religiosa/doutrinária chamada protestantismo.
    

   Estamos diante das entranhas, o que era, em principio, uma ética religiosa se desprende do sagrado, recebemos mundanamente e a cultivamos destilando vagarosamente nossa própria reestruturação racional, modificamos nossa consciência com as premissas da virtude do trabalho e da acumulação monetária engendrada pela ideia calvinista da predestinação. As estruturas mentais do capitalismo travam grandiosas batalhas e vencem a guerra.
     

   Depois de sucintamente percorrermos as entranhas, alcançamos os sustentáculos, logo notamos sua jurídica solidez, rebocada pelo concreto dos artífices do direito privado. O bedel da área em que estamos intitula-se pessoa jurídica e nos remete, de maneira verosimilhante, a exemplificação dessa consolidação artificial de pessoa na “common law ianque“ :
         

         AMENDMENT XIV
         Passed by Congress June 13, 1866. Ratified July 9, 1868.
      […] nor shall any State deprive any person of life, liberty, or property,       without due process of law; nor deny to any person within its jurisdiction the equal protection of the laws.

Os magistrados da época estenderam um direito que inicialmente fora criado para tutelar os escravos, em armas para sustentação do capitalismo, personalizado pela “legal person” e incorporado ao direito brasileiro pelo código civil.
 Dada necessidade de brevidez somos abortados da viagem com a conclusão de que a religião e o direito são importantes elementos da doutrina capitalista, logo para modificá-la, norteados por torná-la mais justa, podemos tomar o direito como ponto de partida, menos dogmático e mais zetético. 




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