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domingo, 19 de agosto de 2012

(A)Ocidentalmente tentaculados



Indubitavelmente, vive-se hoje em uma ordem mundial tentacular. Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, blocos econômicos, uniões esportivas, redes televisoras, entre outros muitos, são dirigidos por quem tem maior poder político, isto é, nos dias de hoje, econômico. E, não de súbito, é fácil notar a presença de tais pólos de poder nos diversos cantos do mundo. Isso, por conseguinte, é um polvo, não obstante, influenciado também pelo Positivismo Comteano, não só pela percepção da palavra “ordem”, mas porque os “mais fortes” sobrevivem adaptando-se ao que está vigente em determinado momento.
Logo, em qualquer jogo, seja ele político, econômico, social ou até de tabuleiro, não basta dizer que se está apenas jogando, mas é necessário incorporar o espírito da coisa, segundo Weber. É exatamente da expressão “espírito do capitalismo” que ele releva no segundo capítulo de sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, começando tal secção com várias frases, que relatam bons modos de ser um capitalista espiritual.
De certo modo, Weber foi pontual, já que hoje em dia, se alguém veste a camisa de um time só por vestir, é claro que este não é o time do seu coração. Pode ser que seja por mera aparência ou vaidade, mas o espírito amoroso por aquele time não esteve, em algum momento, encarnado no indivíduo. Só que, maestrinamente, Weber fez essa comparação com o próprio capitalismo, onde o lucro é só lucro, e não o objetivo final de todo o processo. Com isso, surge a crítica de um modelo, no qual a acumulação com o fim de apenas acumular para o futuro, é uma irracionalidade.
Mas, pensando bem, essa crítica contém um erro: o de que gastar logo após acumular uma certa quantia, não se enquadra nas características capitalistas, pois, atualmente, se os pais de uma criança não criam uma poupança para esta, os desejos futuros, como um carro logo após ela atingir a maioridade, serão amargamente anulados, a não ser que o salário desses pais for extremamente grande.
Portanto, é de extrema importância a leitura do texto analisado, não só do capítulo, mas da obra em si, já que a racionalização (jurídica, científica, do homem e contábil) foi um aspecto onipresente na obra Weberiana. Isso possibilitou uma certa “humanização” do capitalismo, no sentido de enquadrá-lo aos terráqueos e também um futuro estabelecimento da ordem mundial vigente, a qual está desenhada perfeitamente nos moldes do capital.

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