Indubitavelmente, vive-se hoje em
uma ordem mundial tentacular. Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, blocos
econômicos, uniões esportivas, redes televisoras, entre outros muitos, são
dirigidos por quem tem maior poder político, isto é, nos dias de hoje, econômico.
E, não de súbito, é fácil notar a presença de tais pólos de poder nos diversos
cantos do mundo. Isso, por conseguinte, é um polvo, não obstante, influenciado
também pelo Positivismo Comteano, não só pela percepção da palavra “ordem”, mas
porque os “mais fortes” sobrevivem adaptando-se ao que está vigente em
determinado momento.
Logo, em qualquer jogo, seja ele político,
econômico, social ou até de tabuleiro, não basta dizer que se está apenas
jogando, mas é necessário incorporar o espírito da coisa, segundo Weber. É exatamente
da expressão “espírito do capitalismo” que ele releva no segundo capítulo de
sua obra A ética protestante e o espírito
do capitalismo, começando tal secção com várias frases, que relatam bons
modos de ser um capitalista espiritual.
De certo modo, Weber foi pontual, já
que hoje em dia, se alguém veste a camisa de um time só por vestir, é claro que
este não é o time do seu coração. Pode ser que seja por mera aparência ou
vaidade, mas o espírito amoroso por aquele time não esteve, em algum momento,
encarnado no indivíduo. Só que, maestrinamente, Weber fez essa comparação com o
próprio capitalismo, onde o lucro é só lucro, e não o objetivo final de todo o
processo. Com isso, surge a crítica de um modelo, no qual a acumulação com o
fim de apenas acumular para o futuro, é uma irracionalidade.
Mas, pensando bem, essa crítica contém
um erro: o de que gastar logo após acumular uma certa quantia, não se enquadra
nas características capitalistas, pois, atualmente, se os pais de uma criança
não criam uma poupança para esta, os desejos futuros, como um carro logo após
ela atingir a maioridade, serão amargamente anulados, a não ser que o salário
desses pais for extremamente grande.
Portanto, é de extrema importância a
leitura do texto analisado, não só do capítulo, mas da obra em si, já que a
racionalização (jurídica, científica, do homem e contábil) foi um aspecto
onipresente na obra Weberiana. Isso possibilitou uma certa “humanização” do
capitalismo, no sentido de enquadrá-lo aos terráqueos e também um futuro
estabelecimento da ordem mundial vigente, a qual está desenhada perfeitamente
nos moldes do capital.
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