Capitalismo: Organização econômica em que as atividades de produção e
distribuição, obedecendo aos princípios da propriedade privada, da competição
livre e do lucro, produzem uma divisão da sociedade em duas classes
antagônicas, porém vinculadas pelo mecanismo do mercado: a dos possuidores dos
meios de produção e a do proletariado industrial e rural (MICHAELIS).
O conceito de capitalismo, assim como descrito acima, resume todo
um sistema econômico em duas partes principais: primeiro, a existência de uma
propriedade privada vinculada ao mercado de trabalho; e, em segundo lugar, o
antagonismo de classes. Apesar de depararmo-nos todos os dias com esse conceito
em prática, é raro pensarmos como foi o processo que resultou em uma sociedade
capitalista. Quais seriam os fatores que contribuíram para esse fato?
Para Max Weber, em sua obra “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, o elemento que diferencia o capitalismo de todos os sistemas
anteriores é a racionalização. Foi a partir dessa consciência racional, tanto
do homem quanto do mercado, que a estrutura se consolidou. O racionalismo aqui
expresso é o de entendimento do mundo, e não o conformismo que caracteriza a
sociedade oriental.
Além do aspecto econômico, Weber utiliza-se da religião em sua
obra. A relação entre capitalismo e religião (no caso, protestante) seria
autenticada através das ideias calvinistas surgidas no século XVI. O
protestantismo, forma de superar o dualismo religioso no mundo, viria a propor também
uma moral pratica na sociedade. O lucro, tão criticado pela Igreja Católica,
era permitido aos fiéis protestantes como graça divina aos escolhidos. Com essa
visão, a culpa de se obter lucro foi, gradativamente, sendo substituída pelo
orgulho de enriquecer.
Weber utiliza-se de certos axiomas de Benjamin Franklin
para defender que a conduta é necessária para adquirir creditos no sistema
capitalista e assim obter vantagens. O indivíduo, para se manter no sistema, é submetido
a padrões de atitude e pensamento, que tornam a consciência interna e externa
do homem muito próximas e gerais na sociedade.
Para Weber, portanto, o protestantismo e o capitalismo se
interligam de maneira a influenciar um ao outro, criando sociedades hegemônicas.
A racionalização foi o fator chave para a consolidação desse gênero econômico. Nas
palavras do autor, quem não adaptar sua maneira de vida as condições de sucesso
capitalista é sobrepujado, ou pelo menos não pode ascender, comprovando a força
coercitiva do capitalismo sobre os indivíduos, existente até os dias atuais.
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