Max Weber em O
Espírito do Capitalismo diz que há uma correlação entre a ética protestante e o
capitalismo.Todavia nos cabe refletir
sobre uma frase de Zygmunt Bauman: “A ética é possível num mundo de
consumidores?”. Afinal o que Weber queria dizer era que com a permissão da
usura e da valorização do trabalho pelo protestantismo ( “Ganhar dinheiro dentro
da ordem econômica moderna é, quando for feito legalmente, o resultado da
expressão da virtude e de eficiência em uma vocação”- O Espírito do
Capitalismo, página 33), o capitalismo por sua vez foi fomentado. Já Bauman se
questiona em sua frase se há ética no capitalismo. Pois, ao observarmos a
capitalismo no Brasil vemos que 45% da riqueza nacional fica concentrada na mão
de apenas 5 mil famílias, uma desigualdade inaceitável que temos nos mobilizar
para diminuí-la. Outra frase que reforça o pensamento de Bauman é “Enquanto
o capitalismo continuar vitorioso, a busca pelo dinheiro sobrepujará todas as
considerações sociais” (Soros, George. A crise do Capitalismo. Página 150). Um exemplo que podemos dar em relação a
essa frase de Soros é enquanto há
aqueles que compram carros de milhões de reais existem outros que não conseguem
acumular 2 dólares por dia ficando abaixo da linha da pobreza segundo o Banco
Mundial.
Segundo Weber há uma racionalização jurídica, que seriam
mecanismos de direito que servem para a racionalidade capitalista, que poderiam
ser exemplificados por acordos e tratados que estabelecem linhas imaginárias de
fronteiras e são respeitados pelas pessoas como se fossem verdades
incontestáveis como se o papel não pudesse ser fonte de uma opressão e
enganação. Um exemplo no qual os papéis não são válidos nem confiáveis é o caso
de grilagem no qual usa-se da racionalização jurídica para enganar as pessoas,
já que elas acreditam que a posse das terras pertence ao grileiro o que não
corresponde a realidade já que foi um furto de terras estatais.
Uma frase que
sintetiza é a de Thomaz Freitas: “No capitalismo, portanto, o ser humano é
transformado de fim em meio, de sujeito de todo processo econômico a mero
objeto e instrumento, descartável, para o atingimento de um valor maior: a
acumulação de capital”. Resta a dúvida se realmente a acumulação de capital é um valor maior.
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