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domingo, 19 de agosto de 2012

O valor maior?



Max Weber em O Espírito do Capitalismo diz que há uma correlação entre a ética protestante e o capitalismo.Todavia nos cabe refletir sobre uma frase de Zygmunt Bauman: “A ética é possível num mundo de consumidores?”. Afinal o que Weber queria dizer era que com a permissão da usura e da valorização do trabalho pelo protestantismo ( “Ganhar dinheiro dentro da ordem econômica moderna é, quando for feito legalmente, o resultado da expressão da virtude e de eficiência em uma vocação”- O Espírito do Capitalismo, página 33), o capitalismo por sua vez foi fomentado. Já Bauman se questiona em sua frase se há ética no capitalismo. Pois, ao observarmos a capitalismo no Brasil vemos que 45% da riqueza nacional fica concentrada na mão de apenas 5 mil famílias, uma desigualdade inaceitável que temos nos mobilizar para diminuí-la. Outra frase que reforça o pensamento de Bauman é “Enquanto o capitalismo continuar vitorioso, a busca pelo dinheiro sobrepujará todas as considerações sociais” (Soros, George. A crise do Capitalismo. Página 150). Um exemplo que podemos dar em relação a essa frase de Soros  é enquanto há aqueles que compram carros de milhões de reais existem outros que não conseguem acumular 2 dólares por dia ficando abaixo da linha da pobreza segundo o Banco Mundial.
Segundo Weber há uma racionalização jurídica, que seriam mecanismos de direito que servem para a racionalidade capitalista, que poderiam ser exemplificados por acordos e tratados que estabelecem linhas imaginárias de fronteiras e são respeitados pelas pessoas como se fossem verdades incontestáveis como se o papel não pudesse ser fonte de uma opressão e enganação. Um exemplo no qual os papéis não são válidos nem confiáveis é o caso de grilagem no qual usa-se da racionalização jurídica para enganar as pessoas, já que elas acreditam que a posse das terras pertence ao grileiro o que não corresponde a realidade já que foi um furto de terras estatais.
Uma frase que sintetiza é a de Thomaz Freitas: “No capitalismo, portanto, o ser humano é transformado de fim em meio, de sujeito de todo processo econômico a mero objeto e instrumento, descartável, para o atingimento de um valor maior: a acumulação de capital”. Resta a dúvida se realmente a acumulação de capital é um valor maior.

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