Max Weber, em sua obra "O espírito do
capitalismo", disserta a respeito de como tal "sistema
econômico" assenta-se não apenas na ideia do lucro, mas também na
expectativa de dinâmica social, de avanços tecnológicos ou científicos. No
livro, existe ainda a discussão sobre o protestantismo e a noção de acúmulo de
dinheiro - visto como algo benéfico pelo autor e não como uma atitude
gananciosa e egoísta.
No entanto, até
que ponto podemos pensar que a riqueza é uma dádiva de Deus? Até que ponto
podemos seguir adiante com nossas vidas sem nos lembrarmos daqueles que,
segundo a referida diretriz religiosa, não foram agraciados pelo sobrenatural?
É muito
conveniente para os que detêm os meios de produção acreditar que não há nada de
errado com a desigualdade presente na sociedade; para a classe média crer que o
consumismo é um direito justo e para os ricos agir como se o poder lhes fosse
algo natural e óbvio.
A verdade é que o protestantismo garante
um sono tranquilo, afinal, é mais fácil colocar a cabeça no travesseiro
pensando que uma entidade maior abençoa suas posses e sua vida, pensando que as
pessoas as quais estão na miséria por algum motivo merecem isso. Com esta
mentalidade fica fácil até ignorar os números, fica fácil ignorar que mais de
60% dos africados é infectado pela AIDS e que a maioria desta população vive uma
realidade subumana.
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