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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Qual o projeto para os jovens?

Émile Durkheim, em “As regras do método sociológico”, ao exemplificar o caráter exterior e coercitivo do fato social, tem os seguintes dizeres: “Quando se observa os fatos tais como são e tais como sempre foram, salta aos olhos que toda educação consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir às quais ela não teria chegado espontaneamente.”

A Lei 13.415/2017, conhecida como Novo Ensino Médio, altera a Base Nacional Comum Curricular e amplia a carga horária de 2.400 para 3.000 horas divididas entre os três anos e tem previsão para o começo de sua aplicação durante o começo do ano letivo de 2022. Dessas 3000 horas, 1800 serão destinadas para a realização da Base Nacional Comum Curricular e as outras 1200 para o que é chamado de Itinerário formativo, que segundo o MEC é uma formação à parte da obrigatória em que o estudante pode escolher a área de conhecimento ou formação técnica para aprofundar os estudos a partir de suas preferências e intenções de carreira.

Os itinerários são: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da natureza e suas tecnologias, Ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional; Linguagens e Matemática são as únicas obrigatoriedades dessa etapa. Em uma matéria no portal Gazeta sobre a nova realidade do jovem na escola, o professor Éder Silveira,  diz que um dos pontos negativos é a fragilidade do Ensino Médio como formação básica, sem aprofundamento dos conhecimentos científicos e com currículo fragmentado. “Como aspecto positivo, percebo que a reforma mobiliza-nos novamente a pensar sobre qual projeto temos para a sociedade e qual Ensino Médio interessa para este fim e para as juventudes.”

Qual é o projeto que temos para tais jovens? Um projeto tecnicista? Que não se preocupa com a capacidade crítica? Que retira sua capacidade de abstração com a falsa liberdade de escolha? Claramente esse projeto condiz com uma resposta reacionária ao momento político e social que vivemos.

João Victor Vedovelli Zago -  Matutino

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