Esses dias eu estava conversando com um rapaz chamado Durkheim, um cara cheio de conhecimento e observador. Ele disse que o que mais gostava de observar era a sociedade, porque ela o fascinava e era composta de diferentes facetas que a tornam cada vez mais intrigante. Eu, porém, não entendia o fascínio dele, mas ele explicou que era porque não seríamos nada sem ela, pois o meio social nos torna humanos, coesos a partir de uma “consciência coletiva” de respeito e conservação mútua. Além disso, é essa experiência coletiva que nos permite gozar do sentimento de pertencimento e unidade. Mesmo assim, até este ponto, eu não estava satisfeito com as explicações, dado que não enxergava coerência em relação a forma com que eu enxergo a sociedade. Entretanto, continuando em sua linha de pensamento, numa perspectiva funcionalista, Durkheim diz que é preciso manter o balanceamento do meio, para evitar o enfraquecimento da instituição social, principalmente na esfera jurídica. Assim surge o fato social, elemento que nos caracteriza como seres sem autonomia e simplesmente operários das morais pré-determinadas, mantendo a ordem estabelecida. Foi aí que expus minha opinião, lembrando-o que não podíamos ficar presos em nossos tempos, já que apesar de precisarmos criar caminhos para impedir o egoísmo e o individualismo, além de reconhecermos a solidariedade como fundamental para a manutenção e dignificação da vida, as instituições limitantes como a igreja, escola, governo e família, ao invés de permitirem que esse sentimento floresça, acabam sufocando cada vez mais as características individuais, descaracterizando o ser e limitando-o ao convencional, já conhecido e aceito. Para mais, disse a ele que sua percepção de valorização do coletivo estava equivocada, porque além de impedir a horizontalidade das relações, visto que é impossível preservar o bem coletivo se inexiste o respeito de um para outro, é completamente influenciada pela hierarquia social/econômica, que não deseja a alteração da estrutura vigente alegando anomia social. Enfim, somamos conhecimento, digerimos as opiniões e faz mais de 100 anos que o que eu falei está reverberando na mente dele.
“Precisamos ser mais do que já somos, porque o que somos não é tudo que podemos e queremos ser”
Eduardo Damasceno e Silva - Turma XXXVIII ( Noturno)
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