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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O looping coercitivo.

 

Ao analisar a teoria do sociólogo Durkheim e associar a mesma com a realidade atual, é possível evidenciar que a sociedade está em constante processo de coerção.

Em sua teoria, um ponto essencial de debate é a coletividade. Apesar de muitos pensarem que cada ser humano é único e insubstituível, é complexo tratar de individualidade a partir de suas ideias. Isto ocorre, pois, como é apontado por ele, a sociedade obtém uma ´´origem coletiva´´.

Para o sociólogo, cada indivíduo deve estar em busca do equilíbrio, da harmonia geral. Quando algo ou alguém se coloca contra o equilíbrio, uma anomia é estabelecida e deve ser combatida para o reestabelecimento da norma, do habitual para o coletivo.

Tudo o que é realizado como ´´habitual´´ já foi uma vez imposto e pode ser apontado como regra social. Este fator pode ser abordado de diferentes maneiras, como por exemplo, quando é discutida a ciência do Direito, o que é posto na lei deve ser cumprido, caso contrário, uma anomia será criada e uma reação punitiva será necessária.

Ainda, é possível incluir neste tema o meio social que é criado pelos próprios indivíduos, fato que varia de acordo com a cultura e localização. No Brasil, por exemplo, padrões sociais são estabelecidos diariamente, ditando o modo de se vestir, se portar e até mesmo de se comunicar. Porém, as anomias neste meio são situadas de modo diferente, não como uma sanção jurídica, por exemplo, mas como um fator de vergonha social, ou apenas a função de ser irrelevante para a modificação do corpo social (aspecto considerado como punitivo por muitos em meio à atual cultura do espetáculo).

Portanto, a teoria de Durkheim aplicada no Brasil do século XXI explicita a coerção dos meios sociais em frente à população que, involuntariamente, participa deste ato que impossibilita uma fuga ou tomada de decisão própria que possa contrariar a harmonia geral sem a futura reação punitiva.

 


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