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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Teoria Holística e solução dos grandes problemas da sociedade atual

O filme “ponto de mutação” apresenta uma nova forma de compreender o mundo denominada Teoria dos Sistemas ou Pensamento Holístico. Esse novo arcabouço teórico busca substituir a Teoria Reducionista com o intuito de melhor interpretar a realidade dos séculos XIX e XX.
Os grandes articuladores da Teoria Reducionista foram, entre outras figuras ilustres, Descartes, Bacon e Newton. Esta teoria enxergava o mundo em pequenas partes, com o intuito de interpretar a natureza analisando e estudando mínimas porções isoladas. Descartes entendia a realidade como um mecanismo, utilizando a metáfora de um relógio para descrevê-la. Bacon atribuía à natureza um carácter feminino, indicando que o homem deveria subjulgá-la e tortura-la, buscando extrair dela todo o conhecimento possível. Com sua máxima “Saber é Poder”, Bacon deixou claro o teor patriarcal de sua teoria cuja característica é exercer domínio sobre as outras coisas. Finalmente, o sonho cartesiano do mundo como uma máquina perfeita torna-se um fato consumando com as Leis de Newton. É importante destacar que o mecanicismo da Teoria Reducionista provocou um distanciamento e uma indiferença das pessoas com relação à natureza. A ciência contemporânea parece ter seguido o conselho de Bacon, pois, atualmente, o planeta está sendo escravizado e torturado pelo homem. Como evidências dessa afirmação, podemos citar o aquecimento global, a superpopulação, a extinção em massa de espécies, a poluição, entre outros exemplos.
Além da crítica à visão reducionista, o filme também questiona como os avanços científicos são utilizados pela humanidade. Ao mesmo tempo que são aplicados em causas nobres como a medicina, servem a interesses bélicos como os projetos militares. O descobrimento e a posterior utilização da energia do átomo constitui um dos melhores exemplos dessa questão na atualidade. Este avanço, se por um lado favoreceu a geração de energia elétrica, por outro propiciou o desenvolvimento das armas nucleares. A reflexão de Isaac Asimov se aplica muito bem a essa temática: “O aspecto mais triste da vida de hoje é que a ciência ganha em conhecimento mais rapidamente que a sociedade em sabedoria”.
Diante dessa problemática, surge o pensamento holístico como forma de solução. Analisando o mundo partindo de uma perspectiva subatômica, a teoria dos sistemas conclui que todos nós somos parte de uma inseparável teia de relações. Ao invés de se concentrar em blocos básicos, essa teoria pensa nos princípios de organização, auxiliando a humanidade a resolver a sua crise perceptiva: a natureza não mais será enxergada como uma máquina e sim como um complexo vivo, que evolui e se transforma junto com os seres humanos. A compreensão do mundo por meio da perspectiva holística nos ajudaria a resolver os complexos problemas que assolam o nosso século, além de evitar a instauração de regimes totalitários como o fascismo. De acordo com o pensador Gramsci, “o fascismo é a tentativa de resolver os problemas da produção e da troca através de rajadas de metralhadoras”. Tal afirmação indica que este regime é marcado pela superficialidade crítica, entendendo de maneira incompleta a realidade do mundo, além de ser marcado pela extrema violência e por um nacionalismo exacerbado. Estas características são conflitantes com a visão de mundo holística, responsável pela análise profunda e multifacetada dos problemas, pela reflexão constante e por estabelecer um sentimento de união entre toda a raça humana e o planeta. Para finalizar, é importante observar que a Teoria dos Sistemas busca trazer uma responsabilidade aos cientistas sobre a consequência de suas descobertas. Os pesquisadores devem estar atentos aos possíveis danos de seus trabalhos à sociedade, tomando como indicativo de alerta o fato de que 70% da pesquisa realizada nos EUA é financiada pelas forças armadas. Neste caso, a sabedoria dos índios americanos seria de grande ajuda: em sua sociedade “primitiva”, estes homens apenas tomavam as importantes decisões pensando na sétima geração.

Um comentário:

  1. Esqueci da identificação: Nicolas Candido Chiarelli do Nascimento, Turma xxxvi; Matutino

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