A sociedade moderna diversas vezes perde por não "analisar relógios", por ter uma sabedoria inconsciente que olha os ponteiros e não enxerga as engrenagens. Mesmo que contrarie todo sofrimento da cientista, pode-se dizer que a política, na verdade, deveria ser cartesiana, a fim de se evitar vícios fascistas. Quando os três protagonistas do filme começaram a discutir sobre um reles relógio, a metafísica que surgiu tornou-se uma bela catarse. Anseia-se pelo império da dúvida. Tendo em vista que a padronização da consciência já criou campos de concentração. urge a necessidade de se questionar tudo, mas, ao mesmo tempo, ser objetivo nas mudanças.
Na verdade, falta cartesianismo na política. Enumerar os prós e os contras e agir consoante o bem comum. A queda do cartesianismo instaura o império das vontades, não da dúvida. Instaura um reino totalitário que desmembra a dignidade do ser humano. Falta, também, a indução experimentada e não a simples convicção em axiomas provenientes de retóricas incendiadas.
Destarte. Seja um poeta, ou um político ou uma cientista, o relógio está sempre da mesma forma. pronto para ser estudado. Do vidro faz-se o direito inerente ao homem, dos ponteiros a dialética constante da vida humana e das engrenagens uma esfera política muito bem concatenada, dotada de pragmatismo e neutralidade, para que não se transforme relógios de sol em judeus, e o sol em arianismo.
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