Após a Primeira Guerra Mundial, proliferou-se um medo de guerras pelos horrores que esta gerou, a criação da Liga das Nações foi exemplo disso, porém, como afirmou Eric Hobsbawm, ela revelou-se quase um total fracasso ao não reintegrar os Estados perdedores na economia, o que levou à ascensão de partidos fascistas e, posteriormente, à Segunda Guerra Mundial.
Na "X Jornada Inaugural do Direito Marielle Franco" segundo dia: "O Fascismo e suas manifestações contemporâneas" explica porque houve a ascensão desse regime: fascismo é um regime político capitalista, embasado pelas classes dominantes que veem partidos de esquerda como ameaças ao status quo e à concentração de capital, servindo como uma barreira contrarrevolucionária, além disso, atende aos anseios liberais de retirar benefícios dos trabalhadores em prol de grandes empresários, aumentando a produção e também a desigualdade entre as classes.
Após a Segunda Guerra, houve uma repulsa por qualquer manifestação desse caráter, entretanto, no século XXI a crise do capitalismo levou à crise do regime democrático, por não atender a busca insaciável por prazer por meio do consumo das sociedades capitalistas. Isso culminou na volta de ideais fascistas, ficando ainda mais evidente, no caso do Brasil, com a eleição de Bolsonaro a Presidente da República.
"O Mito", homem com ideias, desde o início de sua carreira política de 28 anos no Congresso, machistas, racistas, fascistas, tornou-se o líder hostil e carismático a quem grande parte do eleitorado doou sua individualidade para segui-lo, já começou a mostrar suas garras neofascistas ao reverenciar a Ditadura Militar e líderes torturadores, considerar movimentos sociais como grupos terroristas e apoiar um Ministro da Educação que ao invés de atender as demandas de uma sociedade que está ficando para trás na Quarta Revolução Industrial-continuando a ser um país "colonial"- emite um documento tornando obrigatório cantar hino nacional nas escolas. Esse último fato demonstra o desejo de alienação da população por meio de uma educação rasa e que não promova a crítica.
Isso nos leva a refletir o quanto a educação é importante e pode gerar uma revolução social no Brasil. Para isso, a produção científica no país deveria basear-se tanto em Descartes, estimulando a racionalidade, o pensar, refletir, quanto em Bacon, utilizando fatos concretos para atender a demandas reais e não só no plano das ideias- ou do papel, como ocorre no Brasil- e não ficar limitado às universidades, levar esses conhecimentos a todo o povo, às escolas, para que os brasileiros tornem-se mais críticos em relação a tudo, desde o que consomem, o que escutam na rua, tv, até a em quem votam.
Essa importância da ciência para conter o fascismo, também pode ser refletida a partir do filme "Ponto de Mutação" de Bernt Capra, ao levar à compreensão do quanto o mundo é interligado, o quanto o dia a dia e os estudos científicos influenciam um ao outro, também o quanto os interesses políticos barram o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária, e grandes corporações financiam esse aumento de desigualdade para manter seus monopólios, que, relacionando com o Brasil atual, é o incentivo a uma educação alienante e uma legislação que diminua os direitos dos trabalhadores, utilizando um governo com tendências fascistas, para impedir a caminhada para o mundo mais justo.
Portanto, a ciência tem um papel importantíssimo de levar à crítica e a melhoria de vida de todos, contrapondo-se a ideias fascistas que atendem somente a ideais ultraliberais que pretendem tornar as sociedades cada vez mais desiguais e encilhar a população, impedindo qualquer forma de revolução.
Caroline Kovalski, 1º ano, 1º semestre Direito noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário