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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Por uma ciência que nos ajude a escapar do fascismo


      O fascismo surge após a Primeira Guerra Mundial, um regime totalitário específico do capitalismo que, além de muitos outros aspectos, combatia manifestações de esquerda e buscava ser uma contrarrevolução. Hoje, é possível perceber uma ascensão da extrema direita por todo o mundo e no Brasil não é diferente. É possível perceber, porém que, em alguns países, essa onda converte-se progressivamente em regimes neofascistas. A conversão não é literal, e sim ideológica, pois é visível a disseminação de posicionamentos preconceituosos e consoantes com o fascismo.
       No Brasil, as manifestações fascistas contemporâneas estão ligadas a crise da democracia e estagnação econômica que fortalecem a insatisfação e a criação de um inimigo comum, que no fascismo do século XX era o comunismo. No entanto, é possível escapar dessa ascensão por meio da ciência. O filme “Ponto de Mutação” de Bernt Capra mostra uma crítica ao pensamento mecanicista de Descartes e aponta uma outra maneira de analisar o mundo.
        Pensar o mundo e as pessoas como máquinas, como um relógio não leva em consideração a diversidade de acontecimentos e a repercussão das ações presentes no futuro. A personagem Sônia, uma cientista que enfrenta um dilema em relação ao avanço científico e o uso dele nas guerras, sugere uma visão mais abrangente do mundo. De acordo com ela, as pessoas e suas relações não devem ser analisadas separadamente, pois, os problemas estão no conjunto.
         Essa interpretação pode ser trazida para o contexto político atual. Quando a população analisa os problemas que sofre de maneira cartesiana, deixa de lado as repercussões e, muitas vezes, as reais razões daquela questão. Assim, suas convicções são baseadas na própria bolha e isso pode gerar uma propagação de ideais específicos e danosos para a sociedade, como o fascismo. Dessa maneira, analisar os problemas enfrentados como um único corpo e buscar resolvê-los pensando nas consequências e demandas sociais, não permitirá o avanço neofascista.

Beatriz Falchi Corrêa - diurno

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