O
fascismo surge após a Primeira Guerra Mundial, um regime totalitário
específico do capitalismo que, além de muitos outros aspectos,
combatia manifestações de esquerda e buscava ser uma
contrarrevolução. Hoje, é possível perceber uma ascensão da
extrema direita por todo o mundo e no Brasil não é diferente. É
possível perceber, porém que, em alguns países, essa onda
converte-se progressivamente em regimes neofascistas. A conversão
não é literal, e sim ideológica, pois é visível a disseminação
de posicionamentos preconceituosos e consoantes com o fascismo.
No
Brasil, as manifestações fascistas contemporâneas estão ligadas a
crise da democracia e estagnação econômica que fortalecem a
insatisfação e a criação de um inimigo comum, que no fascismo do
século XX era o comunismo. No entanto, é possível escapar dessa
ascensão por meio da ciência. O filme “Ponto de Mutação” de
Bernt Capra mostra uma crítica ao pensamento mecanicista de
Descartes e aponta uma outra maneira de analisar o mundo.
Pensar
o mundo e as pessoas como máquinas, como um relógio não leva em
consideração a diversidade de acontecimentos e a repercussão das
ações presentes no futuro. A personagem Sônia, uma cientista que
enfrenta um dilema em relação ao avanço científico e o uso dele
nas guerras, sugere uma visão mais abrangente do mundo. De acordo
com ela, as pessoas e suas relações não devem ser analisadas
separadamente, pois, os problemas estão no conjunto.
Essa
interpretação pode ser trazida para o contexto político atual.
Quando a população analisa os problemas que sofre de maneira
cartesiana, deixa de lado as repercussões e, muitas vezes, as reais
razões daquela questão. Assim, suas convicções são baseadas na
própria bolha e isso pode gerar uma propagação de ideais
específicos e danosos para a sociedade, como o fascismo. Dessa
maneira, analisar os problemas enfrentados como um único corpo e
buscar resolvê-los pensando nas consequências e demandas sociais,
não permitirá o avanço neofascista.
Beatriz Falchi Corrêa - diurno
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