Depois da teoria mecanicista de Descartes ter se espalhado,
várias concepções de mundo foram alteradas, como por exemplo a educação
volta-se para o metodismo e não mais para o espiritual através da ruptura entre
Igreja e Estado. Com a valorização do aspecto científico e desenvolvimento
puramente tecnológico o homem separa-se de sua comunidade nos aspectos
culturais e sociais, nascendo assim uma visão mais individualista.
Temos então uma divisão entre passado, presente e futuro. No
passado temos a ciência através da religião, explicações baseadas na vontade do
divino. Atualmente temos uma ciência puramente mecanicista e reduzida a partes,
com um pensamento voltado apenas para a biomedicina, ou seja, trata-se apenas do
problema pontualmente, sem investigação da causa e sem consideração dos
aspectos sociais e psicológicos. E se evoluirmos, no futuro teremos uma visão holística
para a resolução dos males em nossa sociedade, considerando todos os aspectos
do indivíduo (psique, cultura e fisiológico/físico).
E como podemos relacionar as manifestações fascistas que
ocorreram através das décadas e atualmente com o metodismo científico? Simples,
o homem sentou-se para resolver problemas individuais, para lidar com
engrenagens e esqueceu-se do mundo á sua volta, de uma sociedade que precisa de
mais do que engrenagens e remédios. Ao se separar da sua sociedade o homem
ficou hipnotizado com sua necessidade de sobrevivência e evolução no sistema
capitalista e a educação não teve e não tem viés críticos, prepara-se somente
técnicos e operários, e não mais seres humanos capazes de filosofar, pensar e
criticar. Ademais nossa sociedade baseia-se apenas com a economia, então quando
a economia quebra, ou acontecem escândalos políticos, cria-se uma crise, que poderia ter sido remediada, mas se torna
um barril de pólvora e os líderes autoritários são a faísca.
O fascismo nasce em momentos de crise econômica ou política, quando a
sociedade sente-se lesada por não receber e por não consumir, ou por sentirem desconfiança de seus lídres, pessoas
autoritárias autointituladas como revolucionárias dizem que irão consertar aquele
problema econômico ou trazer uma política livre de crise moral, porém tais pessoas covardemente embutem suas ideologias nestes
planos de salvação. O povo, totalmente leigo, em desespero e sem formação
crítica aceita essa figura paternalista e cede aos preconceitos destes líderes
e estão dispostos a tudo para terem seu poder de consumo novamente, para se sentirem
soberanos de alguma forma.
Depois do desastre do fascismo, vem o ponto de mutação, onde
inicia-se o processo de reconstrução da identidade social, o equilíbrio e a
busca de uma visão mais humanizada do mundo, que luta para que os tempos
sombrios não voltem.
Lívia dos Santos Pereira Cavaglieri - 1°Ano - Direito (diurno)
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