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segunda-feira, 21 de março de 2016

Ídolos, axiomas e empirismo: A contemporaneidade de Bacon

Francisco Bacon, apesar de seu radicalismo empirista, contribuiu muito com enunciação de seu método. Ao criticar, por exemplo, a ciência como mero exercício da mente e propor que não é possível compreender o mundo sem a observação empírica, nos leva a pensar o quão importante, apesar de radical, o pensamento dele para a atualidade. Como forma de ilustrar essa idéia, pode-se pensar por exemplo no quão fácil é hoje, na "era o facebook" esboçar opiniões nas quais a racionalidade é puramente imaginária, não havendo desta forma qualquer conclusão real dos fatos e coisas, o que gera a formação de certo senso comum.

Utilizando-se do mesmo exemplo-"a era facebook"-podemos observar um outro fenômeno: a busca e criação de heróis. Remetendo-se ao atual contexto de crise política no Brasil, falta de representabilidade política e operação lava jato, por exemplo, percebemos que o desespero da população pelo fim da corrupção é tão grande que, profissionais como o ex-ministro Joaquim Barbosa e o juiz federal Sergio Moro, ao desempenharem um trabalho integral de investigação (algo raro nos servidores públicos), são venerados de tal forma a serem vistos como opções de candidatos à presidência do Brasil. A isso, talvez, Bacon nomearia como os "ídolos da tribo".


Assim, percebemos o quão importante e vanguardista foi Bacon em seus axiomas e na enunciação de seu método, apesar de resguardar nesse citado certo radicalismo. 

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