Francisco Bacon, apesar de seu radicalismo empirista,
contribuiu muito com enunciação de seu método. Ao criticar, por exemplo, a
ciência como mero exercício da mente e propor que não é possível compreender o
mundo sem a observação empírica, nos leva a pensar o quão importante, apesar de
radical, o pensamento dele para a atualidade. Como forma de ilustrar essa
idéia, pode-se pensar por exemplo no quão fácil é hoje, na "era o
facebook" esboçar opiniões nas quais a racionalidade é puramente
imaginária, não havendo desta forma qualquer conclusão real dos fatos e coisas,
o que gera a formação de certo senso comum.
Utilizando-se do mesmo exemplo-"a era
facebook"-podemos observar um outro fenômeno: a busca e criação de heróis.
Remetendo-se ao atual contexto de crise política no Brasil, falta de
representabilidade política e operação lava jato, por exemplo, percebemos que o
desespero da população pelo fim da corrupção é tão grande que, profissionais
como o ex-ministro Joaquim Barbosa e o juiz federal Sergio Moro, ao
desempenharem um trabalho integral de investigação (algo raro nos servidores
públicos), são venerados de tal forma a serem vistos como opções de candidatos
à presidência do Brasil. A isso, talvez, Bacon nomearia como os "ídolos da
tribo".
Assim, percebemos o quão importante e vanguardista foi Bacon
em seus axiomas e na enunciação de seu método, apesar de resguardar nesse citado certo radicalismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário