Em
Novum Organum, o filósofo inglês Francis Bacon desenvolve uma concepção de
mundo ainda mais radical que a de Descartes. Para ele, é fundamental pensar a
essência, o íntimo das coisas e interpretar a natureza valendo-se do método empírico
indutivo. Por meio deste, busca-se uma ciência mais lógica, prática e objetiva.
Visando
ao cultivo das ciências e à descoberta científica, Bacon apresenta a “Antecipação
da Mente” como o conhecimento contemplativo e a “Interpretação da Natureza”
como um método sustentado pela experiência, que serviria de escora para o
intelecto. Esse esteio é necessário para estabelecer que a razão deve guiar a
mente e não permitir que esta seja sua própria guia.
Por
outro lado, a mente pode ser limitada por diversas distrações que prejudicam a
construção do conhecimento científico, mais conhecidas como ídolos. Dentre os
quatro tipos de ídolos definidos por Bacon – ídolos da tribo, da caverna, do
foro e do teatro -, atento-me aos ídolos da caverna, “dos homens enquanto
indivíduos”, - e cada um “tem uma caverna que intercepta e corrompe a luz da
natureza”. Assim, muitos tomam por conhecimento aquilo que imaginam ser real ou
aquilo que julgam como certo, pendendo, por vezes, para atitudes de preconceito
e intolerância quanto à religião, classe social e cultura, por exemplo.
Portanto,
é de grande relevância que o ser humano observe e compreenda a realidade à luz
da razão, evitando as amarras do senso comum e empenhando-se na busca por
conhecimento para, finalmente, dominar a natureza.
Bianca Carolina Soares de Melo - 1º ano de Direito - Noturno
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