Desde os primórdios, o Homem tem exercido uma
relação primordial com a natureza ao seu redor. Se o domínio da natureza na
Revolução Neolítica por meio do início da utilização de técnicas agrárias
significou o primeiro passo para uma não submissão completa aos fatores
naturais, o aperfeiçoamento e a valorização da razão como instrumento para a compreensão do mundo – visto
principalmente a partir do Renascimento Cultural – acabou gerando um efeito
quase que contrário, uma vez que apontou para uma valorização excessiva da mente em detrimento do conhecimento
prático que a natureza, em constante processo de renovação, sempre poderá nos
indicar por meio de processos de experimentação.
Tal situação preocupou o filósofo Francis Bacon, que
em sua obra “Novum Organum”, de 1620 (escrita, portanto, ainda sobre a aura
renascentista), preocupa-se com os rumos que a ciência tomava naquele momento.
Ele foca então na determinação de axiomas que possam ajudar o ser humano a encontrar
o verdadeiro conhecimento, sem se deixar “enganar” por aquilo que considera os
ídolos que impedem o real encontro com a verdade.
Atualmente, com o contínuo aperfeiçoamento da
ciência ao longo dos tempos, pode-se dizer que a preocupação de Bacon acerca da
necessidade de experimentação para a busca do conhecimento não se mostre mais
tanto fundamentada, ainda que a consolidação daquilo que chamamos de verdade continue sendo extremamente
influenciada por fatores externos, tais como os ídolos apontados pelo filósofo.
É impossível, portanto, a aceitação total por parte da sociedade de um
conhecimento acadêmico enquanto convivemos com a pluralidade de ideias,
advinda, por exemplo, da diferente formação da visão de mundo de cada
indivíduo, podendo esta ser influenciada ainda por outros fatores, como a
filosofia e a religião.
Luiz Antonio Martins Cambuhy Júnior
Direito - 1° Ano Matutino
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