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segunda-feira, 18 de março de 2013

O que ainda nos torna modernos?


Refletir acerca do que de fato ainda caracteriza nós, indivíduos críticos, racionais e detentores das mais avançadas tecnologias, como seres modernos, é refletir sobre algo que permaneceu intocado por 3 séculos na essência humana. Como explicar, afinal, que após tanto avanços científicos, os dogmas e o senso comum sejam ainda fatores relevantes na consciência social?
O filósofo inglês Francis Bacon, expoente máximo do estudo acerca do intelecto humano e de suas inúmeras fraquezas, deixa claro em sua obra: “Novum Organum” que para fazer ciência de modo adequado, deve-se isolar todos os ídolos da mente humana. A problemática desse pensamento é que afastar esses ídolos que basicamente são: paixões, sentidos, relações dos homens com o mundo em que vivem, contato interpessoal e superstições, exige afastar os elementos mais característicos da própria condição humana.
Uma ciência que se propõe a entender a história e os desdobramentos das relações sociais - deixando de lado todas as características e vícios intrínsecos da própria humanidade - dificilmente será reconhecida pelos indivíduos constituintes dessa sociedade, posto que esses não se reconhecem como partes de todo o conhecimento gerado, são apenas alvos de estudo.
É inegável que viver num mundo de dogmas e conceitos inquestionáveis é também reduzir o intelecto humano. Entretanto, de que adianta tantos avanços tecnológicos e produção em massa de artigos científicos mundialmente reconhecidos, se as pessoas, de modo geral, se identificam muito mais com os “mistérios da fé” porque veem neles mais fatores humanos do que na ciência utilitarista de F. Bacon?!
É necessário romper com essa barreira que acredita que a ciência não precisa atender às coisas úteis e que não precisa ser acessível a todos os homens. A ciência existe por conta das pessoas, para entender as pessoas e deve, sobretudo, ser feita para as pessoas.

Amanda D. Verrone - 1º Ano/Noturno

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