Turnê
mental
Francis Bacon e René Descartes convergem na busca de um método capaz de
anteparar a razão. Divergem na conclusão. O instrumento cartesiano é a dúvida
e, o baconiano - em sua obra Novum
Organum – a experiência. Bacon é enfático ao criticar a Escolástica. Para
ele, a filosofia não tem como função a contemplação, e sim a prática, a
utilização tangível. O simples “labor da mente”, sem resultados imediatistas
favoráveis ao bem estar do homem é estéril.
Demócrito, filósofo pré-socrático, chegou a afirmar: “Tudo que existe
no universo é fruto do acaso e da necessidade”. Já Bacon considera que a
ciência, alicerçada no método empírico, tem a possibilidade de antecipar o
acaso. Contudo, tal antecipação está embasada na experiência, pois, quando
deixa-se a mente guiar-se por si própria, são obtidas conclusões premeditadas.
Antecipação sem método é o sustentáculo do senso comum. O senso comum é cômodo. O conhecimento
verdadeiro, árduo.
Descartes, a fim de elaborar o “Discurso do Método”, dispôs-se a
conhecer culturas diversas, através de leituras e viagens, “tentando ser mais
espectador do que ator em todas as comédias”. Francis Bacon considera o simples
espectar, perigoso. Afinal, quando a mente não é atuante e apenas
contemplativa, fica vulnerável aos ídolos: ídolo da tribo, da caverna, do
foro e do teatro. Essas idealizações
cerceiam a potencialidade mental. A mente humana não deve objetivar meras
turnês com direito a esses ídolos falseados. Caso contrário, essa mente será
subjugada por dogmas. As ciências modernas, inovadoras, clamam por mentes
pensantes, atuantes.
Daniele Zilioti de Sousa - 1º ano Direito Noturno
Daniele Zilioti de Sousa - 1º ano Direito Noturno
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