Inserido em um contexto histórico de tradição transcedental,
com ausência de razão na explicação do mundo, em “Discurso do Método” Descartes
demonstra a intenção de produzir um novo conhecimento tendo por base a razão,
sendo ela o “poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e
o falso” , aquilo que nos diferencia dos animas. Segundo ele, esta é
distribuída igualmente entre todos, sendo que o que difere os que a possuem o
modo como a usam.
Descartes fala então sobre o método que criou para utilizar a razão na formação
do conhecimento, que consiste na dúvida metódica, ou seja, na “desconfiança
mais que a presunção”, no qual todos os conhecimentos devem ser questionados.
Porém, evidencia que sua intenção é dar exemplo e não determinar normas a serem
seguidas para conduzir a razão.
O filósofo analisa as ciências como caminhos ao conhecimento, dentre elas a
filosofia, que critica alegando ter base incerta, não transformando o mundo,
apenas o contemplando. Critica também o conhecimento sobrenatural, e a
teologia. Afirma que apenas os matemáticos puderam encontrar algumas razões
certas e evidentes dentre todos os homens que buscaram a verdade nas ciências.
Conclui que apenas o estudo formal não é suficiente na formação da verdade e
questiona todas as verdades até então aceitas, chegando a sua máxima: “Penso,
logo existo”( conhecida como cogito).Assim, o ser humano era, para ele, uma
substância essencialmente pensante.
Seu método científico baseado na dúvida das percepções sensoriais, responsáveis
pelos erros dos conhecimentos humanos, e questionamento, que levariam à
verdade,à clareza do conhecimento,
torna-se base da ciência moderna racional.
Mayara Paschoal Michéias - 1º ano DIREITO UNESP (Turma XXX-diurno)
Mayara Paschoal Michéias - 1º ano DIREITO UNESP (Turma XXX-diurno)
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