“Jamais afirme que a água é insípida se você não pode prova-la”. O pensamento baconiano busca sobrepor a experiência à racionalidade, de modo que a mente seja impedida de guiar-se por si mesma, sem passar pelo crivo do raciocínio interpretativo. Dever-se-ia, pois, priorizar a elaboração de teorias a partir dos segmentos da observação. Logo, pode-se alegar que a filosofia de Francis Bacon aproxima-se demasiadamente de uma metodologia hodierna, uma vez que, no mundo contemporâneo, diversos fenômenos aplicam-se à mentalidade do autor, como, por exemplo, a dilação na aprovação de um determinado medicamento ao mercado, que se justifica pelos reiterados testes que são realizados – experiências.
Ao que tange à evolução da humanidade, a ciência vem como ferramenta de ação. Contudo, sempre enaltecendo o modo interpretativo em detrimento do especulativo, de modo que a mudança do paradigma do conhecimento é o que tornaria os indivíduos mais modernos, isto é, não contemplar a condição humana, mas sim modifica-la a fim de uma contribuição à sociedade, agindo, pois, de modo dinâmico, sob uma dialética de transformações, condição que se aplica evidentemente aos dias de hoje. Vale lembrar que a ciência não se prenderia ao presente, mas também lançar-se-ia ao futuro, de maneira antecipada.
Conclui-se que, falar de Bacon, ao contrário do que se imagine por ser um filósofo do século XVII, não se trata de algo obsoleto e distante da modernidade. Em sua obra, há uma citação sobre os “Ídolos”, que em suas mais diversas “categorias”, causam falsas percepções do mundo aos indivíduos sobmetidos à idolatria obstrutiva da visão crítica, fenômeno que se observa na sociedade hodierna, na qual se pode observar a influência sofrida pela população por pessoas, públicas ou não, às quais se vinculem um certo nível de admiração, o que apenas incide no aumento da opinião comum e em uma falsa visão de mundo, as quais nosso corpo social precisaria erradicar, visando à garantia de um futuro mais próspero
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