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segunda-feira, 18 de março de 2013

O fogo e a existência





Acima encontra-se um clássico exemplo da falha dos sentidos humanos. A menor das mudanças na perspectiva resulta em uma conclusão infinitamente distinta. Tal observação é válida para toda e qualquer reflexão filosófica na medida em que os sentidos não são confiáveis para determinarem a veracidade de uma hipótese. Francis Bacon defende que as experiências – combinadas com o método indutivo – são a fonte mais clara de conhecimento. Contudo, a fragilidade das sensações humanas não permite que o filósofo realize tal afirmação sem ser contestado.

Primeiramente, em sua defesa, existem situações nas quais o empirismo defendido pelo inglês é mais válido do que o racionalismo defendido, por exemplo, por Descartes. O que é mais importante: a sensação de fogo ou a ideia de fogo? Aqueles que escolhem a segunda opção se arrependem no momento em que são atingidos por uma chama de fogo e podem sentir sua pele queimando. A ideia de fogo, neste caso, é demasiadamente vaga para fazer justiça à sua sensação.

Em contrapartida, no campo das discussões existenciais e filosóficas, uma simples experiência utilizando um método tão subjetivo quantos os sentidos não é suficientemente provida de profundidade se comparada às interpretações racionais.

Assim, chega-se a outro questionamento – mais denso e mais duvidoso –: o que é mais importante: a sensação de existir ou a ideia de existir? 


                                                             
                    Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno

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