Acima encontra-se um clássico exemplo da falha dos sentidos
humanos. A menor das mudanças na perspectiva resulta em uma conclusão
infinitamente distinta. Tal observação é válida para toda e qualquer reflexão
filosófica na medida em que os sentidos não são confiáveis para determinarem a
veracidade de uma hipótese. Francis Bacon defende que as experiências –
combinadas com o método indutivo – são a fonte mais clara de conhecimento.
Contudo, a fragilidade das sensações humanas não permite que o filósofo realize
tal afirmação sem ser contestado.
Primeiramente, em sua defesa, existem situações nas quais o
empirismo defendido pelo inglês é mais válido do que o racionalismo defendido,
por exemplo, por Descartes. O que é mais importante: a sensação de fogo ou a ideia
de fogo? Aqueles que escolhem a segunda opção se arrependem no momento em que
são atingidos por uma chama de fogo e podem sentir sua pele queimando. A ideia
de fogo, neste caso, é demasiadamente vaga para fazer justiça à sua sensação.
Em contrapartida, no campo das discussões existenciais e
filosóficas, uma simples experiência utilizando um método tão subjetivo quantos
os sentidos não é suficientemente provida de profundidade se comparada às
interpretações racionais.
Assim, chega-se a outro questionamento – mais denso e mais
duvidoso –: o que é mais importante: a sensação de existir ou a ideia de
existir?
Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno
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