Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um
perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um
bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil
lavrado,
Na tinta ardente, de um calor
sombrio.
Mas, talvez por contraste à
desventura,
Quem o sabe?... de um velho
mandarim
Também lá estava a singular
figura.
Que arte em pintá-la! A gente
acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele
chim
De olhos cortados à feição de
amêndoa.
(Alberto de
Oliveira)
Para retomar Francis Bacon, de maneira pragmática e muito sucinta, uso dois termos bastante recorrentes na contemporaneidade, sobretudo aos alunos que recentemente deixaram os cursinhos pré-vestibulares, são eles: masturbação mental e ideologia.
Começo pelo estranho e constrangedor masturbação mental. Bacon, no limiar do século XVII, muito antes de meus professores de química, mostrou total aversão ao trabalho inútil, estéril, da mente. Como vemos em suas ríspidas críticas à filosofia grega, que, segundo o pensador moderno, não auxiliou o homem no cotidiano, embora dispusesse de um discurso belíssimo. Isso mostra como, no intento baconiano , a experiência subrepuja a razão solitária, como a prática supera a teoria pura. Além do que, também me faz lembrar de um grande professor dizendo que eu não precisava decorar quantos hidrogênios se ionizam nos ácidos de fósforo, que “era só eu entender o esquema da molécula”. Claro que demorei um tempo para concordar, o que, talvez, tenha me custado mais um ano fora da universidade.
Agora, de maneira infantil, admito, imaginemos os comentários de Bacon sobre esse soneto de um dos sapos da literatura brasileira, Alberto de Oliveira. Se foi capaz de mal dizer pensadores como Aristóteles e Platão, o que não falaria para um escritor que usa 14 versos de, exatamente, 10 sílabas para descrever um vaso? Seria o esforço para evitar o trabalho da mente pela mente contra a arte pela arte do parnasianismo.
Bom...Passado o desconforto e a vergonha de repetir masturbação mental, passemos ao outro termo, ideologia. Bacon, em sua obra, evidencia que os ídolos impedem o homem de enxergar a verdade. Fico impressionado como essa ideia adianta em séculos o pensamento de Zygmunt Bauman, que, em “Isto não é um diário”, diz: “ideologias, essas densas cortinas que impedem o olhar de ver”. Por mais que essa ideologia citada por Bauman seja de caráter político-econômico, conduzem ao erro, assim como os ídolos de Bacon, que apresentam caráter social.
Para retomar Francis Bacon, de maneira pragmática e muito sucinta, uso dois termos bastante recorrentes na contemporaneidade, sobretudo aos alunos que recentemente deixaram os cursinhos pré-vestibulares, são eles: masturbação mental e ideologia.
Começo pelo estranho e constrangedor masturbação mental. Bacon, no limiar do século XVII, muito antes de meus professores de química, mostrou total aversão ao trabalho inútil, estéril, da mente. Como vemos em suas ríspidas críticas à filosofia grega, que, segundo o pensador moderno, não auxiliou o homem no cotidiano, embora dispusesse de um discurso belíssimo. Isso mostra como, no intento baconiano , a experiência subrepuja a razão solitária, como a prática supera a teoria pura. Além do que, também me faz lembrar de um grande professor dizendo que eu não precisava decorar quantos hidrogênios se ionizam nos ácidos de fósforo, que “era só eu entender o esquema da molécula”. Claro que demorei um tempo para concordar, o que, talvez, tenha me custado mais um ano fora da universidade.
Agora, de maneira infantil, admito, imaginemos os comentários de Bacon sobre esse soneto de um dos sapos da literatura brasileira, Alberto de Oliveira. Se foi capaz de mal dizer pensadores como Aristóteles e Platão, o que não falaria para um escritor que usa 14 versos de, exatamente, 10 sílabas para descrever um vaso? Seria o esforço para evitar o trabalho da mente pela mente contra a arte pela arte do parnasianismo.
Bom...Passado o desconforto e a vergonha de repetir masturbação mental, passemos ao outro termo, ideologia. Bacon, em sua obra, evidencia que os ídolos impedem o homem de enxergar a verdade. Fico impressionado como essa ideia adianta em séculos o pensamento de Zygmunt Bauman, que, em “Isto não é um diário”, diz: “ideologias, essas densas cortinas que impedem o olhar de ver”. Por mais que essa ideologia citada por Bauman seja de caráter político-econômico, conduzem ao erro, assim como os ídolos de Bacon, que apresentam caráter social.
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