Amplo defensor da experiência
como caminho para o verdadeiro, Francis Bacon inaugura não só a aplicabilidade
da ciência moderna, como também inova ao propor os meios para a efetivação da
mesma. Com o objetivo de suprir a ciência estacionária, sua obra “Novum
Organum” atribui à compreensão da natureza o elo existente entre a mera
aceitação de paradigmas pré-estabelecidos e a elaboração de uma ciência
inovadora, baseada na experimentação e na inovação permanente.
A elaboração científica envolve
muito mais do que o correto uso da razão para discernir o certo do errado. Sob
a ótica baconiana, o uso da experiência se sobrepõe à racionalidade uma vez que
o labor da mente sem uma eficaz análise acerca do estudado não possui valor. O
intelecto humano desprovido dos conhecimentos já adquiridos poder tender-se ao
erro, e a busca por fontes pré-existentes auxilia na obtenção dos resultados
esperados. Dessa forma, o bom uso da razão possui função auxiliar da
experiência que, vinculada à especulação e à observação, constitui o método
elucidado na obra para compor uma produção científica eficaz e satisfatória.
Obter uma conclusão equivocada ao
finalizar uma produção científica ainda possui frequência maior do que o
alcance do sucesso esperado. O que para muitos representa motivo de frustração,
para Bacon foi objeto de estudo. As falsas noções que norteiam nossa realidade
não apenas nos impedem de alcançar a verdade, mas também influenciam
negativamente as concepções particulares. Ainda no século XVII, classifica-las
entre os “falsos ídolos” indicava a interferência da própria mente humana, do
mundo ao redor do indivíduo e suas relações pessoais, além das superstições
características da época, apontando o erro como resultado final. Atualmente,
deparamo-nos com uma crescente dificuldade em selecionar as influencias favoráveis
ao desenvolvimento de nosso intelecto, e setores como a mídia utilizam de seu
forte poder coercitivo para nos inserir a um conhecimento pronto e favorável
àqueles que exercem o poder no país. Assim, cabe ao espírito crítico munido das
experiências e da razão afastar os falsos ídolos, encaminhando-nos ao conhecimento
pleno e à efetivação de uma ciência pura e verídica.
Luisa Loures Teixeira - 1º ano Direito Diurno
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