Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 18 de março de 2013

O reconhecimento dos ''ídolos'' e a busca incessante pela verdade

Francis Bacon, juntamente com Renè Descartes, exerce importante influência filosófica desde o advento da Ciência Moderna. Em sua obra "Novum Organum", Bacon propõe um novo método de conhecimento,  abrangendo uma compreensão mais profunda do saber científico e procurando evitar o senso comum. Ademais, Bacon discorre sobre o estudo da "interpretação da natureza", no qual são analisados diligentemente fatos distintos e complexos por meio do método de uma experimentação ampla e irrestrita.

Esse tipo de conhecimento proposto pela "interpretação da natureza" requer o desenraizamento de antigos hábitos e juízos errôneos dentro da nossa própria mente, a fim de que possamos nos desvencilhar de tudo que seja nocivo ao intelecto humano e assim buscarmos a verdade. Em contrapartida, Bacon distingue outro método de conhecimento, chamado de "antecipação da mente". Este defende o uso de conhecimentos já adquiridos como a retórica, a dialética, o silogismo, além de basear-se em fundamentos mais familiares aos homens, por estarem dentro do campo das Ciências. A aceitação desse método é do consenso da maioria dos homens, pois para estes é muito difícil admitir que seus próprios valores são manipulados, ou seja, que esses indivíduos são "alienados'', fazendo-se necessária uma reestruturação de suas opiniões e ideias obtidas até então.

Para exemplificar essa "alienação", Bacon nomeia de ''ídolos'' as falsas percepções que temos sobre o mundo.  Além disso, ele classifica quatro tipos de "ídolos": os ídolos da tribo, os ídolos da caverna, os ídolos do foro e os ídolos do teatro. Os ídolos da tribo referem-se as nossas percepções através dos sentidos e da mente, provocando distorções em nosso intelecto. Já os ídolos da caverna referem-se aos homens quanto seres individuais, com formações de caráter e educações diferentes, portanto esses indivíduos não se consideram inseridos em um único aspecto universal, e sim cada um no seu mundo. Há também os ídolos do foro que são aqueles associados às relações entre os homens e seus discursos, cujas palavras podem ser usadas de maneira indevida fazendo com que manipulem  a mente das outras pessoas. E finalmente, os ídolos do teatro são aqueles relacionados às doutrinas filosóficas e às superstições que aproveitam da nossa credulidade para bloquear o nosso intelecto de modo que não alcancemos a verdade.   

Por fim, no intuito de evitarmos as ideias viciosas e  ruins, temos que estar atentos a esses ídolos perniciosos. Um exemplo de ''ídolo'' da atualidade é o papel que a mídia exerce no nosso cotidiano, muitas vezes nos induzindo a pensar sob certo ponto de vista, não agindo com imparcialidade. Assim, demonstra-se que o pensamento de Bacon ainda é bem atual em nossa sociedade e que sempre devemos renovar e transformar nossas ideias, porque como ele mesmo dizia "Saber é poder".

Elisa Kimie Miyashiro - Direito Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário