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terça-feira, 21 de abril de 2020

“O pior vírus é o da corrupção.”

Durante o início do mês de março, período em que o avanço do coronavírus no Brasil estava alcançando proporções alarmantes, manifestações pró e contra o Presidente Jair Bolsonaro estavam sendo planejadas e já possuíam datas de realização. Entretanto, com a complicação dos problemas de saúde pública devido ao Covid-19, a OMS (Organização Mundial da Saúde) veio a declarar a categoria de pandemia para a situação a qual o mundo estava enfrentando. Dessa forma, as tais manifestações estavam suspensas, uma vez que a aglomeração de pessoas foi postulada como uma das principais formas de disseminação do vírus pela própria OMS e confirmada posteriormente pelo MS (Ministério da Saúde).
Contrariando tais órgãos, o presidente Bolsonaro veio a público e incentivou a realização das manifestações a seu favor, colocando a virose, que já havia causado a morte de milhares de pessoas pelo planeta, como uma “gripisinha” e que a população não deveria se “submeter” a ela. Assim, manifestantes bolsonaristas foram as ruas por todo o país, carregando cartazes com dizeres como, “O vírus que mata o brasileiro há muitos anos é a corrupção.”, “A corrupção no congresso e STF juntos matam mais do que o vírus” e  “O pior vírus é o da corrupção.”. Além disso, as passeatas em Brasília contaram com a participação do próprio presidente que burlou a quarentena para cumprimentar seus apoiados. Tais acontecimentos, mostram o descaso com a ciência, o enobrecimento dos “achismos” e a falta de responsabilidade do presidente para com a sociedade brasileira. 
Outro tema que tem tomado força e chegou a boca dos políticos foi o uso da Cloroquina no combate ao Covid-19, o qual virou lobby político rapidamente e deixou de ser somente um assunto de saúde pública, passando a representar uma disputa por poder. A principal questão defendida pelos médicos e pesquisadores é que tal fármaco não foi testado e aprovado cientificamente, portanto, não é seguro usá-lo como um tratamento para o coronavírus, pois não há certeza da sua eficácia e da sua segurança para com os pacientes. Novamente, temos a figura de Bolsonaro se posicionando contra a ciência, uma vez que ele aprova o uso deliberado desse remédio e até fala em por um fim na quarentena horizontal, o qual seria a solução para salvar a economia do Brasil, de acordo com ele.
Dessa forma, fica nítido que o Brasil esta imerso em uma grave fase de ignorância e de obscurantismo, tanto por parte do Presidente da República, que reflete a visão de uma sociedade, como por parte da população que o apoia. Assim, a alienação está cada dia mais presente no dia a dia dos brasileiros os quais são influenciados pelos “ achismos” da sua principal figura pública que nega a razão e a ciência em prol de si mesmo.
Julia Dolores Basso Calcanheta- 1º ano de Direito matutino.

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