Balbúrdia significa, segundo o dicionário Michaelis,
“grande desordem; confusão, sarapatel, tumulto, vozeria”. A visão de que as
universidades públicas brasileiras são locais de balbúrdia foi fomentada pelo
atual ministro da educação, Abraham Weintraub, que prometeu o corte de 30% de
verba para universidades que estivessem promovendo a tal balbúrdia, fala que
gerou diversas manifestações contrárias.
Ao promover esse tipo discurso, não são levadas em conta as
pesquisas feitas nas instituições e todas as suas contribuições para a
sociedade, mas sim ideologias, achismos e um certo medo de que essas
universidades estejam formando questionadores e pesquisadores, que não baseiam
seus pensamentos em teorias da conspiração compartilhadas em redes sociais.
Tais teorias mostram-se muito presentes no contexto atual
do coronavírus, algumas pessoas deixaram de crer em fatos científicos que lhes
são apresentados e passaram a tratar a situação como se fosse um jogo político,
sem considerar o bem estar geral. Não acreditam nos dados divulgados pela
mídia, nos estudos das universidades, nem na Organização Mundial da Saúde
(OMS).
A OMS recomenda que sejam feitos testes em toda a população
e adotado o isolamento social, mas não são todos os governantes que estão
seguindo essas recomendações. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, havia apoiado
a campanha “Milão não para”, que incentivava a população a não parar com as
suas atividades normais e não aderir o isolamento. Porém, após aproximadamente
um mês, depois de um crescimento de mais de 35 mil casos e mais de 5 mil mortes,
o prefeito retratou-se e admitiu que tinha errado em apoiar a campanha.
Confrontar dados científicos é importante, desde que sejam
utilizados outros dados científicos para confrontá-los, não falácias que colocam
a vida de todos em risco. Em uma situação pandêmica a vida deve ser mais
importante que qualquer ideologia, as medidas devem ser tomadas para que a população
seja protegida, não exposta a riscos desnecessários.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro incentiva
manifestações, em plena pandemia, a favor da economia (e contra a vida), a
questão é: quem realmente promove a balbúrdia? Os que defendem a ciência ou o líder
de um governo que sobrepõe a economia em detrimento da saúde de milhares de
pessoas?
Bianca Vipieski Araújo - Direito Matutino - 1º Ano
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