Algo novo e surpreendente, na atualidade que sucede tantos séculos de história e acontecimentos, é difícil e quase inimaginável. Contudo, é isso que ocorreu (e ainda está ocorrendo) neste momento. A pandemia do COVID-19 sempre será um marco, não apenas devido às inúmeras vítimas e espanto na medicina mundial, mas também pelo crescimento de um outro vírus: a percepção anticientífica que contrapõe as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A globalização nunca se tornou tão evidente quanto nesse momento, os países em situações tão parecidas e interligadas, lutando contra um vírus que se tornou uma ameaça à saúde, economia e, principalmente, à vida humana. Mas o que torna essa situação tão alarmante é que, diferente de outros casos de epidemias, esse vírus causa problemas respiratórios, e a difusão e contaminação rápida acarreta uma superlotação dos hospitais e centros médicos, resultando numa falta de respiradores para todos os afetados. Assim, conforme explicita a OMS, o isolamento é a melhor e mais efetiva medida para evitar esse colapso e proporcionar um bom atendimento médico, preservando a população com um menor número de vítimas possíveis.
Entretanto, não são todos que seguem as recomendações dos cientistas e especialistas. Muitos indivíduos, sejam por ignorância ou por ceticismo, se recusam a entender os riscos da pandemia e desrespeitam continuamente as regras estabelecidas no isolamento social. O impasse, logo, se faz com o crescente número de pessoas que confrontam a ciência e tentam se mostrar superiores aos estudos e pesquisas que comprovam a eficácia do isolamento. Essas pessoas, no entanto, não estão pondo em risco apenas si próprios, mas também aqueles com quem tem contato, além de prejudicar o sistema de saúde que depende do isolamento para fornecer respiradores aos afetados e para evitar um colapso.
O mais alarmante, porém, é que além da parte da população que desrespeita o isolamento, líderes políticos também contradizem a OMS e o Ministério da Saúde encarregado de amenizar a situação. Tais líderes, que deveriam servir como exemplos para a população e apoiar as autoridades da saúde, na verdade fazem o contrário e confrontam a ciência, provocando uma crise política em um cenário que já estava sofrendo devido à pandemia.
Mariana Pereira Siqueira - 1° ano - Direito Diurno
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