Os
principais pilares que sustentam a ciência moderna são os pensamentos dos filósofos
Bacon e Descartes, que consideravam possível achegada ao conhecimento através da
experimentação, observação da natureza e através da junção entre método e
razão, respectivamente. No entanto, a ciência moderna possui caráter mutável,
instável, criando abertura para novas ideias e, também, infelizmente, para
oportunistas.
No presente momento, com o mundo passando por uma crise causada
pela doença Covid-19, temos grande exemplo de como a ciência, apesar de
imprescindível, tem sido tratada como mera opinião, inclusive por líderes governamentais,
como Trump e Bolsonaro. São inúmeros os casos, que vão desde fake News sobre a
ação do Corona vírus no corpo humano inundando a internet, xenofobia contra
asiáticos, pessoas quebrando a quarentena sem motivo aparente até o presidente
do Brasil alegando que o Covid-19 não passa de uma “gripezinha”.
Além dos empecilhos causados pelo Corona vírus, o Brasil
ainda passa por sérios problemas políticos. O governo, que deveria representar
o exercício da razão política, tem se mostrado uma competição de popularidade.
O próprio presidente, que deveria gerenciar estratégias para diminuir o impacto
da doença sobre a população, demite o Ministro da saúde, que estava se tornando
popular por seu trabalho; promove protestos pedindo o fim da Democracia, pede a
reabertura do comércio, com a desculpa de “não podemos parar a economia” e,
muito oportunamente, pede a volta do AI-5.
Mesmo que toda nossa ciência esteja baseada na razão e
experimentação, ainda enfrentamos problemas causados pela ideia de que ciência possa
ser qualquer coisa, até mesmo uma opinião equivocada que pode acarretar
milhares de mortes. E, desafortunadamente, tal ideia se projeta no campo
político também.
Angela Severo dos Santos, 1º ano matutino
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